Estrangulamento causou morte de jovem que levou mata-leão em bar, diz IML
Um laudo do IML (Instituto Médico Legal) apontou que o empreiteiro Miguel Barbosa, 24, morreu em decorrência de um estrangulamento. As cenas da vítima recebendo um mata-leão de um segurança durante uma briga em um bar em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) foram gravadas por uma câmera de segurança.
O exame realizado no IML constatou "asfixia mecânica em decorrência de constrição do pescoço na modalidade estrangulamento antebraquial".
Além disso, o laudo indicou escoriações pelo corpo e lesões nos supercílios. O laudo já foi anexado ao inquérito. O caso ocorreu no dia 27 de maio.
Procurado, o advogado Luiz Gustavo Penna, que representa o segurança Jonathan William Bento, que aparece nas imagens aplicando o golpe, informou que ainda não teve acesso ao documento, mas que a preservação do corpo da vítima teve problemas.
"Ele foi socorrido por clientes do bar, e não sabemos se essas lesões podem ter sido geradas nesse momento", disse o defensor. "Devemos pedir a exumação do cadáver para novos exames ainda hoje", declarou.
Bento chegou a ser preso, mas deixou a cadeia após ser beneficiado por um habeas corpus na última terça-feira.
A reportagem procurou familiares de Barbosa, mas eles não quiserem se pronunciar sobre o laudo.
Segundo o advogado Leonardo Afonso Pontes, que representa a família da vítima, o laudo é compatível com as informações levantadas até o momento.
"A causa da morte foi a agressão sofrida por Miguel. Fica comprovado, dessa forma, que ele sofreu uma série de golpes e que a causa da morte foi o mata-leão", conta.
Já os donos do bar Beagá, onde ocorreu a confusão, informaram, por meio de seu advogado, Júlio Mossim, que as constatações do laudo não irão modificar a linha de defesa do comércio, já que "a responsabilidade criminal é pessoal e atinge apenas à pessoa que comete o crime".
Bar não tinha alvará para shows, diz prefeitura
Além de ser palco da morte do jovem de 24 anos, o Beagá também deve ter problemas na esfera administrativa.
A Prefeitura de Ribeirão Preto confirmou, ontem, que o bar não tinha alvará para abrigar apresentações musicais ao vivo.
Segundo a administração, o bar poderia funcionar normalmente, mas não com shows musicais, como ocorria com frequência.
O bar, ainda segundo a prefeitura, já havia sido multado "diversas vezes" por conta de eventos do tipo, feitos sem autorização. A administração não revelou, contudo, o total de multas nem o valor delas.
A reclamação por conta do som alto era comum, segundo relatam moradores nas redondezas do bar. É o caso de uma das vizinhas, que pediu para não ser identificada.
"A gente procurou a prefeitura várias vezes. O bar foi multado, mas não parava de fazer shows. Incomodava muito", conta.
A reportagem não conseguiu contato com os donos do bar para falar sobre o assunto. Já o advogado Mossim Informou que, por ser uma infração administrativa, não tem qualquer interferência no processo criminal que está sendo investigado.
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