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Sindicalista é assassinado no sul do PA; há suspeita de conflito de terras

Carlos Madeiro

Colaboração para o UOL, em Maceió

12/06/2019 14h52

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rio Maria, no sul do Pará, foi morto a tiros ontem à tarde na cidade onde atuava como líder sindical.

A polícia disse que dois homens com capacetes em uma moto se aproximaram e dispararam contra Carlos Cabral Pereira, que foi atingido por quatro disparos --sendo um deles na cabeça. Ele foi socorrido pelo Samu e levado para o hospital municipal, mas morreu antes de ser medicado.

Segundo informações da CUT (Central Única dos Trabalhadores), o comando da Polícia Militar de Rio Maria disse que Carlos Cabral sofreu um atentado quando estava nas proximidades da casa onde morava, no bairro Planalto.

Cabral era ex-genro do também sindicalista João Canuto, assassinado na década de 1980. Na ocasião, Cabral havia sobrevivido a um atentado. Na mesma época, foram assassinados os irmãos Paulo e José Canuto, cunhados de Carlos Cabral.

A polícia informou que já procura suspeitos do crime.

Segundo o advogado da CPT (Comissão Pastoral da Terra) no Pará, João Batista, a vítima já vinha sendo ameaçada. "Isso ocorreu em razão de conflitos pela posse da terra em sua região de atuação, mas não sabemos ainda de detalhes da investigação", afirmou.

Em ofício endereçado ao governador Hélder Baralho (MDB), a Comissão de Diretos Humanos e Minorias da Câmara pediu que o caso seja apurado com rapidez. "Este caso é recebido nesta CDHM com imensa consternação, tendo em vista que este colegiado tem entre suas prioridades a proteção daqueles que lutam por melhores condições de vida e pelo direito constitucional à moradia", diz o documento, assinado pelo presidente da comissão Hélder Salomão (PT-ES).