Falso pastor é preso acusado de abusar de 11 crianças e adolescentes no DF
Um falso pastor foi preso na tarde de ontem suspeito de abusar sexualmente de 11 crianças e adolescentes na região do Itapoã, no Distrito Federal.
De acordo com a Polícia Civil, Gilmar Oliveira dos Santos, 36, se intitulava como "pai" e "anjo Eric", para conquistar a confiança das vítimas. Ele não tinha curso de pastor, e passava por diversas igrejas. Na delegacia, alegou receber ordem de anjos para praticar os abusos. O UOL tenta contato com a defesa dele.
As investigações começaram no início deste mês depois de um dos pastores das igrejas por onde Santos passava ter estranhado o comportamento dele, que levava os adolescentes para "orar e cantar" em sua casa. O religioso também dava dinheiro, presentes, lanches e oferecia videogame aos meninos, que para jogar, precisavam frequentar a casa dele.
De acordo com a delegada Jane Klébia, responsável pela investigação, o pastor recebeu uma carta que narrava a intenção de suicídio de uma das vítimas e que contava os abusos sofridos por ela, uma garota de 11 anos.
"Dentro do apartamento dele, nomes das vítimas estavam escritos na parede. Ele estava formando uma espécie de seita, fazendo com que essas vítimas parassem de frequentar a igreja para ir orar e cantar na casa dele. Ele dava nomes de anjos para cada um desses adolescentes. A vítima com maior idade, por exemplo, tinha 15 anos e era apelidada de mãe", disse a delegada.
Ainda segundo Jane Klébia, algumas adolescentes passaram a se mutilar após os abusos. Uma delas escreveu com lâmina nas coxas: "a culpa é do Gilmar." Outra menina chegou a cortar os pulsos, segundo a polícia. Isso acontecia porque o religioso se relacionava afetivamente com as vítimas, criando vínculos.
"Elas se apaixonavam. Quando descobriam que ele abusava de outras meninas, ficavam decepcionadas. A maioria dos pais relata mudança de comportamento dos filhos. Não respeitavam mais, uma inclusive chegou a reprovar por falta falta", afirmou a delegada.
Mãe ameaçou denúncia
Ao UOL, a mãe de duas vítimas contou que achava estranho o comportamento do homem com os jovens das igrejas. Porém, permitia que as filhas de 12 e 14 anos frequentassem a casa dele. Ela prefere não se identificar e registrou queixa contra Santos na manhã de hoje.
"Ele sempre marcava vigílias dentro da casa dele. Em um determinado dia, as minhas filhas saíram de casa às 19h, deu meia-noite e nada de elas voltarem. Eu liguei pra ele e disse que se minhas filhas não chegassem em casa naquela hora, eu iria na delegacia denunciar. Em cinco minutos elas chegaram. Ele com certeza ficou com medo. Elas contam que deitavam na cama com ele, que ele tentava passar a mãos nelas. Só quero Justiça", relatou a mãe.
O falso pastor vai responder pelos crimes de estupro de vulnerável - pelas vítimas menores de 14 anos. A pena pode variar entre oito a 15 anos de cadeia para cada caso. Já para as idades superiores, o religioso responde por posse sexual mediante fraude. A pena é de seis a 12 anos de prisão.
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