Piloto italiano preso com R$ 4,6 mi em MT é suspeito de lavagem de dinheiro
O piloto italiano Francesco Turriziani, 61, flagrado transportando R$ 4,6 milhões em dinheiro em um avião que precisou fazer um pouso forçado na cidade de Alta Floresta (MT), está sendo investigado sob a suspeita dos crimes de lavagem de dinheiro e ocultação de bens.
Turriziani foi detido pela polícia tentando fugir em um táxi na tarde do último domingo (30), após abandonar o avião. A polícia descobriu a quantia de R$ 4.679.750,00 distribuída em seis malas, na carroceria do veículo fretado pelo italiano.
O montante foi apreendido e depositado em uma conta da Justiça, segundo a polícia.
O italiano estava pilotando o avião monomotor, modelo Cessna 206T, prefixo PR-RMH, quando a aeronave apresentou um problema na asa e ele foi obrigado a pousar em uma pista rural em Alta Floresta (a 803 km de Cuiabá).
Segundo a polícia, o monomotor saiu da cidade de Sorocaba (SP) com destino ao município de Itaituba (PA). O plano de voo tinha previsão de duas paradas para abastecimento, uma em Jataí (GO) e outra em Alta Floresta (MT).
A polícia informou que o piloto relatou que percebeu que a aeronave estava com problemas em Jataí (GO), mas ele decidiu continuar a viagem. Em Alta Floresta, a aeronave precisou fazer pouso forçado e foi abandonada.
Moradores chamaram a polícia acreditando que o avião havia caído após fazer manobras estranhas e desaparecer. A polícia encontrou avião no final da pista, em uma área de pastagem, aberto e sem nenhuma bagagem. A aeronave foi apreendida.
O Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) periciou o avião, que deverá ser levado para o hangar do aeroporto rural que estiver disponível para guardá-lo. A documentação da aeronave está regular.
O delegado de Alta Floresta, Vinicius Nazário, instaurou inquérito policial para investigar a origem da quantia e afirmou que a investigação tem como linha os crimes de lavagem de dinheiro e ocultação de bens. "O piloto foi liberado, por não ter provas de ilícitos contra ele neste momento", afirmou.
Segundo a Polícia Judiciária Civil, o piloto italiano já respondeu a um inquérito no ano de 2002, na Justiça Federal. "No entanto, isso não é elemento de prova para sua autuação em flagrante referente à apreensão do dinheiro", disse o advogado.
Durante depoimento, Turriziani informou que estava indo ao Pará comprar ouro e que o dinheiro foi obtido com a venda de um avião em São Paulo, do sócio dele. A polícia informou, porém, que a origem da quantia não foi comprovada.
O advogado do piloto, Walter Stavarengo, confirmou a versão do cliente sobre a origem do dinheiro e afirmou que o italiano está "abrindo uma empresa de compra de ouro no Pará, em sociedade com um empresário de Sorocaba (SP)".
"O sócio dele é proprietário de uma empresa de táxi aéreo e vendeu uma aeronave para abrir o negócio. Eles logo começarão a atuar no Pará com compra de ouro", disse. O advogado informou que o cliente se colocou à disposição da Justiça para a quebra de sigilo bancário.
O italiano mora do Brasil desde os três anos de idade e, além de piloto profissional, trabalha com venda de aviões e tem outras empresas, sendo uma delas no ramo têxtil.
Em uma busca no sistema da Justiça, o nome de Francesco Turriziani aparece em uma condenação do Tribunal Regional Federal, da 3ª Região, por posse ilegal de arma de fogo, em 2006. O italiano recorreu da decisão ao Superior Tribunal de Justiça e teve o recurso negado.
Segundo os autos, a FAB (Força Aérea Brasileira) interceptou um avião pilotado pelo italiano, um modelo Cessna Aircraft, prefixo PT-WDI, que decolou sem plano de voo, em outubro de 2002. O avião foi abandonado no aeroporto de Campo Grande (MS) com uma pistola 380. A Polícia Federal inspecionou a aeronave e encontrou resíduos de cocaína dentro do avião.
Além disso, há registros de três ações contra Turriziani na Justiça do Trabalho em São Paulo
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