Passageiro não cancela corrida e diz que foi espancado por motorista de app
Um advogado de 33 anos afirma que foi espancado por um motorista do aplicativo Uber na noite do último domingo (14) por não querer cancelar uma corrida que o motorista havia se recusado a fazer ao ver o destino da viagem. O suspeito alega ter sido atacado primeiro pelo passageiro e que revidou a agressão.
Thiago Phillip Santos Abreu pediu, por volta das 22h, um carro no bairro União, região nordeste de Belo Horizonte. Ele disse ao UOL que entrou no carro, mas quando o motorista viu o destino, não quis realizar a corrida.
"Chegou o Ônix prata e entrei no carro. Ele não quis me levar ao destino, em Sabará [município da região metropolitana de Belo Horizonte], e mandou eu cancelar a corrida", disse Santos à reportagem.
"Eu disse que não cancelaria porque não seria justo pagar a taxa que a Uber me cobra para cancelar, sendo que ele não queria prestar o serviço. Discutimos por algum momento e desci do carro. Bati um pouco forte a porta e acho que ele ficou ofendido por isso", lamentou.
Em seguida, o advogado contou que o motorista correu com o carro atrás dele e conseguiu derrubá-lo. "Quando eu estava correndo, ele conseguiu me desequilibrar com o carro. Então ele desceu e começou a desferir vários golpes com a chave de roda. Eu tive que implorar para ele parar, já estava perdendo muito sangue."
O motorista parou com a agressão e fugiu. Thiago então foi até um ponto mais movimentado da região e deitou no passeio de uma rua. Cerca de cinco minutos depois, uma viatura passou e o viu bastante ensanguentado no chão.
"Algumas pessoas de apartamentos próximos gritaram por ajuda e a Polícia Militar chegou. Eles chamaram o Samu e fui atendido", conta.
O advogado disse ainda que ficou internado até segunda-feira (15) e que está muito machucado -- foram mais de 60 pontos na cabeça, uma fratura na parte esquerda do rosto e um corte profundo no ombro esquerdo.
"Ele sabe onde moro, tenho esse receio sim, mas não tinha o que fazer, não podia deixar de fazer alguma coisa, eu tinha que informar para a Polícia e imprensa", argumentou.
Thiago entrou em contato com a Uber, mas recebeu uma resposta padrão por e-mail. O advogado afirma que vai entrar com uma ação contra a empresa e diz que faltam critérios de avaliação para a escolha dos motoristas do aplicativo. "Eles não fazem exigências, não têm critérios, não exigem um laudo psicotécnico, certidão negativa criminal", concluiu.
Em nota enviada ao UOL, a empresa lamentou o caso e disse que condena todo tipo de agressão.
"A conta do motorista parceiro já foi suspensa, enquanto aguardamos pelas apurações. A Uber está à disposição das autoridades competentes para colaborar, nos termos da lei", diz a nota.
Outro lado
Na segunda-feira, após o ocorrido, o condutor do Uber foi até a polícia e prestou depoimento da sua versão dos fatos. O UOL teve acesso ao boletim de ocorrência e, de acordo com o motorista, o passageiro entrou no carro, mas ficou irritado quando houve um desentendimento por causa da corrida.
O suspeito alegou que Thiago estava aparentemente alcoolizado, começou a agredi-lo e acertou uma garrafa em sua cabeça, causando um ferimento. Para se defender, o condutor deu socos e também utilizou a chave de roda. Ele explicou ainda que um outro motorista da Uber parou para separar a briga.
Em novo contato com o UOL, Thiago estranhou o homem se entregar depois de o caso ser registrado, não fazer um boletim de ocorrência no mesmo dia e fazer um exame corpo de delito. Ele ainda disse que a reação do motorista é desproporcional à versão apresentada e que aguarda apuração por parte da Polícia Civil.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.