Família recebe corpo errado em velório de idosa de 100 anos no Piauí
A família de Júlia Maria da Conceição Sousa, 100, recebeu o corpo errado para velório da idosa, que morreu ontem na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Satélite, na zona Leste de Teresina, Piauí. A confusão ocorreu quando a funerária Pax União entregou caixão aos familiares para o velório, e eles viram que o corpo era de outra pessoa.
O neto de Júlia Maria, Sérgio Carvalho, contou que a família foi informada da morte da idosa às 13h50, reconheceu o corpo no necrotério da UPA e saiu para o cartório para resolver os documentos para o enterro. Ao chegar ao velório, que iria ocorrer na própria funerária, eles foram surpreendidos com o corpo de outra pessoa.
"Estávamos todos acompanhando o atendimento da minha avó quando ela faleceu, às 13h50. Após a informação da morte dela, recebemos as guias na UPA levamos para o cartório e para a funerária. Saímos para resolver os trâmites burocráticos e houve todo procedimento errado. A funerária foi buscar o corpo e quando o caixão foi entregue tivemos a surpresa que não era a minha avó", contou Carvalho.
Ele afirmou ainda que a família passou por constrangimento ao receber o corpo de outra pessoa no lugar da avó dele e também que, ao procurar saber o que aconteceu com a direção da UPA, o problema foi tratado com desdém.
"Foi um constrangimento e uma dor sem tamanho de esperar o corpo da minha avó e chegar o corpo de uma pessoa desconhecida. De lá mesmo, entramos em contato por telefone com a direção da UPA para saber o procedimento a ser tomado e a diretora disse que não errou, se existisse erro, era da funerária. E disse mais: que ela não teria de resolver nada, que eu buscasse meus meios de reclamar", relatou Carvalho, destacando que a funerária retornou com o corpo desconhecido para a UPA.
Horas depois, o corpo de Júlia Maria foi entregue corretamente aos familiares para velório. O enterro do corpo ocorreu na manhã de hoje, no Cemitério São Judas Tadeu , em Teresina. A família da idosa informou que vai ingressar com ação judicial por danos morais contra a UPA.
A funerária Pax União informou que prestou assistência à família de Júlia Maria para resolver o problema e que trasladou o corpo desconhecido para o necrotério da UPA do bairro satélite para que fosse destrocado. A funerária ressaltou que o primeiro corpo foi recebido no necrotério da UPA, sem a presença de familiares da idosa.
"Todo o procedimento de liberação foi realizado pelos profissionais da referida unidade de saúde, sem a presença dos familiares para reconhecimento legal e foi reconhecido pelos familiares antes do procedimento de preparação, medida de segurança adotada em todos os atendimentos", informou em nota.
A Fundação Municipal de Saúde, responsável pela gestão da UPA do bairro Satélite, informou que o necrotério da UPA tinha recebido no mesmo dia e horário os corpos de Júlia Maria da Conceição Sousa e de outra idosa, identificada pelas iniciais M. F. G. N.. Segundo a fundação, os dois corpos estavam com placas de identificação, mas tanto a funerária quanto a família de Júlia Maria não conferiram a identificação quando o corpo foi retirado para o velório.
"A funerária ignorou a identificação do hospital constante da placa, deixando de proceder à devida verificação da identidade. A família, que estava presente, também não olhou a placa de identificação. Por sua vez, o profissional terceirizado da UPA, presente no local, não possuía o atestado de óbito para conferência, já que este documento ainda seria emitido após realização de exame cadavérico no Hospital Getúlio Vargas", alegou a fundação.
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