Bruno Covas diz que acordo com sindicato não aumentará preço das passagens
O prefeito Bruno Covas (PSDB) conversou com o jornalista José Luiz Datena durante a edição de hoje (6) do "Brasil Urgente" após a greve dos motoristas e cobradores de ônibus em São Paulo chegar ao fim.
Segundo o prefeito da capital paulista, o acordo firmado com os manifestantes não vai impactar no preço das passagens de ônibus. Covas explicou que o valor será retirado do subsídio que a prefeitura repassa para as concessionárias.
"O sistema de transporte da cidade custa R$ 8 bilhões. Com a arrecadação do bilhete, das passagens, a prefeitura arrecada R$ 5,5 bilhões. Essa diferença de R$ 2,5 bilhões é o chamado subsídio. É o quanto a prefeitura retira dos cofres municipais, dos impostos arrecadados, e repassa também às empresas concessionárias para chegar nos R$ 8 bilhões. Portanto, qualquer alteração eventual de custo, um pouco mais, um pouco menos, o que se mexe é no subsídio. A população não precisa ficar aflita de que com o novo sistema isso vai ser repassado ao preço das passagens, porque o preço das passagens segue uma política de valorização conforme a inflação, mas no custo do sistema, essa diferença é bancada pela prefeitura de São Paulo", explicou Covas.
O prefeito ainda explicou que, para chegar a um acordo com os manifestantes, ficou decidido que seria antecipado o recurso que seria destinado às concessionárias nos próximos dias para segunda-feira (09) para que a PLR possa ser paga aos motoristas e cobradores de ônibus na próxima quarta-feira (11).
"Começou a se espalhar que aumentaria o custo da prefeitura, e isso não é verdade. A Prefeitura está em dia com seus pagamentos com as empresas concessionárias de ônibus e resolveu antecipar o recurso que elas têm direito para segunda-feira para que elas possam ter fluxo de caixa para pagar a PLR na quarta-feira. Então, não estamos gastando nada a mais, estamos antecipando receita que elas teriam nos próximos dias de setembro para segunda-feira para que elas tenham dinheiro em caixa para pagar o PLR. Nenhum recurso além daquele que já estava previsto para poder repassar as empresas nesse ano de 2019."
Novo contrato e renovação da frota
O prefeito Bruno Covas explicou, ainda, como funciona o novo contrato firmado com as concessionárias. Segundo o político, desde 2013 a prefeitura vinha firmando contratos emergenciais, que precisavam ser renovados a cada seis meses. Isso impedia que as concessionárias fizessem investimentos de longo prazo visando à melhoria do serviço. Com o novo acordo, que tem duração de 15 anos, ele espera que o serviço seja aprimorado.
"As empresas ganham fôlego financeiro, com garantia de fluxo de caixa pelos próximos 15 anos. (As concessionárias) Vão ter mais facilidade para obtenção de empréstimos bancários para poder saldar dívidas, fazer investimentos, que elas são obrigadas a fazer com novos ônibus na cidade. Portanto, isso cria um novo sistema na cidade de são Paulo que dá mais tranquilidade à prefeitura de que casos como esse não voltem a acontecer. Não tem sentido a Prefeitura manter as contas em dia, repassar o recurso que é combinado com as empresas em dia, e as empresas não pagarem os funcionários. Isso é inaceitável", que complementou:
"Nos contratos emergenciais, o prazo era de seis meses. Ao dar ao concessionário a garantia que ele teria o recebimento da prefeitura por seis meses, a prefeitura faz a conta e sabe qual é o volume de investimento que pode exigir dele. Não adianta exigir um alto volume de investimento sabendo que ele vai ser remunerado só por seis meses. Agora, como temos um contrato de 15 anos, eles têm a garantia de que vão receber da prefeitura pelos próximos 15 anos, é possível exigir os investimentos que o novo edital trouxe, inclusive com a renovação da frota. É por isso que a conquista de hoje foi uma conquista dupla."
Covas também ressaltou que as mudanças realizadas nas linhas também não foram feitas "da noite pro dia" e que elas foram analisadas antes de serem colocadas em prática. Segundo o prefeito, o sistema de linhas de ônibus é "obsoleto", já que ele foi planejado no final da década de 70. Ele ainda indicou que as mudanças visam acabar com linhas que concorrem entre si e com as novas estações de trem e metrô.
"Essa racionalização do sistema é para não apenas reduzir o custo, mas, acima de tudo, reduzir o prazo que a população leva para ir de casa até o trabalho. O sistema não é avaliado pela quantidade de ônibus que tem, porque se fosse assim, a gente colocaria 20 mil ônibus na rua e teríamos o melhor sistema de ônibus do planeta. Ele é avaliado pelo conforto que a população tem ao usar, e por isso novos contratos permitem investimento na renovação da frota, e ele é avaliado pelo tempo que a pessoa leva para ir de casa até o trabalho. É essa racionalização, essa melhoria de sistema que vai ser implementada a partir de agora com os novos contratos", finalizou Covas.
Segundo a Sptrans, cerca de 4 milhões de pessoas foram prejudicadas pela paralisação parcial desta sexta-feira.
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