"Queria que ela tivesse uma morte natural", diz filho de vítima em hospital
Filho de Irene Freitas, 83, uma das dez vítimas do incêndio no Hospital Badim, Daniel Freitas de Brito lamentou que sua mãe --já com a saúde debilitada-- tenha morrido em uma tragédia. O incêndio ocorreu no fim da tarde de ontem na unidade de saúde, que fica no Maracanã, zona norte do Rio.
"Ela estava entubada. Minha mãe estava com desidratação, muito fraca, tinha até suspeita de câncer. É trágico. Queria que a minha mãe tivesse uma morte natural, não uma morte dessa forma", disse, emocionado, ao deixar o IML (Instituto Médico-Legal).
Irene era moradora do Méier e dona de casa e deixou deixa seis filhos. Segundo a diretora do IML, Gabriela Graça, parte das vítimas morreu de asfixia, enquanto outras tiveram complicações por conta do desligamento de aparelhos que as mantinham vivas.
Daniel contou que ficou sabendo do incêndio pela televisão e, por morar perto, logo correu para o local, tendo chegado antes mesmo dos bombeiros.
"[Fiquei sabendo] Pela televisão. Estava dormindo e minha esposa anunciou: 'incêndio no Badin'. Saí desesperadamente", disse.
"Chegando lá aquela confusão toda, invadi as barreiras, atravessei tudo desordenado. Estava desorientado, já querendo uma informação, e nada acontecia".
Daniel criticou a falta de preparo do hospital para lidar com uma situação de crise como essa: "Tinha que ter uma estrutura, uma brigada de incêndio. Não tinha nada", relatou.
Ele evitou apontar culpados antes do fim da investigação, mas cobrou a ação das autoridades: "As medidas cabíveis vão ser feitas pelo Judiciário. Espero que seja feita justiça", declarou.
Procurada, a assessoria do Hospital Badim não se manifestou sobre a denúncia de falta de orientação durante o resgate.
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