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Maceió: corpo de menino de 7 anos é achado com golpes de faca e sem sangue

Aliny Gama

Colaboração para o UOL, em Maceió

14/10/2019 18h02

Um menino de 7 anos que desapareceu na tarde da última sexta-feira (11), no bairro Clima Bom, parte alta de Maceió, foi encontrado morto com perfurações de arma branca no pescoço e cabeça, na madrugada do sábado (12). Até agora, nenhum suspeito do crime foi preso.

A criança desapareceu no trajeto de casa até o trabalho do padrasto, que fica na mesma área, enquanto ia levar um talher para o marido da mãe almoçar.

A Polícia Civil investiga se o assassinato está ligado a vingança ou ritual de magia negra. Segundo a polícia, apesar dos ferimentos, o corpo do menino não tinha vestígios de sangue, o que levou inicialmente às duas hipóteses.

A criança tinha ido com o irmão gêmeo levar um garfo, que a mãe esqueceu de colocar junto da marmita, para o padrasto almoçar no trabalho. Segundo a família dos gêmeos, o irmão dele voltou para casa assustado, relatando que no trajeto uma mulher com "cabelos verdes" tentou levar os dois, em uma bicicleta, mas ele deu uma mordida nela e conseguiu correr.

Logo após o desaparecimento do menino, a família registrou um Boletim de Ocorrência, na Central de Flagrantes, no bairro do Farol. O desaparecimento mobilizou familiares, vizinhos e amigos, que começaram a procurar a criança pelos arredores do local do sumiço.

Vizinhos disseram ter visto, por volta da 0h30, o corpo do menino ser jogado num local chamado de "beco da Malia", que fica entre a residência da família e o trabalho do padrasto dos meninos. O corpo foi levado para o Instituto Médico Legal de Maceió para ser submetido à necropsia. O laudo deverá ser concluído em até dez dias.

Sob clima de revolta e comoção, o corpo foi enterrado ontem no cemitério São José, no bairro do Prado, em Maceió. Hoje, moradores do bairro Clima Bom bloquearam algumas ruas do bairro em forma de protesto para pressionar à polícia a elucidar o caso. Familiares e vizinhos da vítima prestaram depoimento na manhã de hoje.

Testemunhas teriam dito que o corpo foi jogado por um casal, que estava um carro. Por medo de represálias, porém, elas não disseram o modelo do veículo. A polícia pede que informações sobre o caso sejam repassadas ao Disque Denúncia, no número 181.

O delegado Bruno Emilio Teixeira, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoas da Capital, disse que a polícia não descarta nenhuma linha de investigação, mas que trabalha com hipóteses de vingança ou ritual de magia negra.

"Não descartamos nenhuma hipótese nesse início de investigação, mas temos informações colhidas hoje de familiares que vamos investigar. Estamos aguardando alguns laudos também, pois como a criança foi encontrada sem vestígio de sangue e com cortes na cabeça, é algo a ser investigado com mais detalhes", disse o delegado.

A necropsia realizada no corpo do menino apontou que ele morreu vítima de espancamento e perfurações de arma branca. O IML informou o resultado preliminar na noite de hoje, entretanto a conclusão final do laudo é de dez dias úteis.