Vítima de acidente de kart em PE passou fome para estudar e quer ser médica
A auxiliar de educação Débora Oliveira, que há dois meses sofreu um acidente de kart em Pernambuco perdeu todo o couro cabeludo, participou hoje do Encontro com Fátima Bernardes para falar sobre a recuperação do acidente,
"Eu fiquei muito calma no momento [do acidente] e na recuperação, isso foi crucial para que eu sobrevivesse", acredita. "Tentei respirar fundo e ajudar os médicos. Eu quero ser médica então tentei colaborar enquanto paciente para ficar boa logo".
Débora teve o couro cabeludo arrancando quando andava de kart com o namorado em uma pista no estacionamento da rede de supermercados Walmart, na zona sul de Recife.
Ela revelou que prestará vestibular ainda neste ano para a graduação em medicina e que sonha em ser neurocirurgiã.
Débora lamenta por ter interrompido os estudos após o acidente — desde agosto, ela passou por 18 cirurgias —, mas não desanima: "Todo ano tem vestibular".
Quando Fátima Bernardes elogiou sua maturidade aos 19 anos, ela lembrou a morte da avó que a criou há três anos. "Eu tive que amadurecer muito rápido, fiquei sozinha a partir dos 16 anos quando minha avó faleceu. Tive que começar a improvisar, procurar emprego, trabalhei como entregadora, panfletagem...", contou.
"Eu sempre prezei pela minha educação. Já passei fome para pagar curso e ter a melhor educação possível. Não importa se eu teria que comer só água e pipoca durante um mês, dormir com fome, porque eu sabia que era a educação que me faria ser uma pessoa diferente".
Após o acidente, enquanto estava em recuperação, o maior medo de Débora era sofrer sequelas como a perda da visão ou das atividades motoras.
Se ALGUMA coisa é inevitável, por exemplo meu couro cabeludo não vai mais crescer, então porque eu vou sofrer com isso?", disse. "Minha maior preocupação era minha saúde me impedisse de realizar meu sonho de ser neurocirurgiã".
O dia do acidente
Débora foi ao palco do Encontro acompanhada do namorado, Eduardo, que estava com ela no kart e a socorreu após o acidente.
Ele contou sua versão do que aconteceu e como se sentiu no dia: "Eu estava comemorando o Dia dos Pais, estava [no kart] com a minha mãe, minha filha e a Débora. Quando aconteceu [o acidente] foi tudo muito rápido, ela levantou do carro, deitou no chão e disse 'procure socorro para mim'".
Eduardo contou que Débora ficou calma e consciente no caminho todo até o hospital, que durou entre 20 e 30 minutos.
"Ela me dizia para ficar tranquilo, dizia que eu não podia ficar nervoso. Mas quando cheguei no hospital cheguei no hospital, coloquei ela na maca e desmaiei na hora", lembra. "As pessoas me mandavam mensagem dizendo 'Eduardo, dá força para a Débora', mas na verdade era ela que estava me dando força".
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