RJ: PMs suspeitos por morte de garçom são presos administrativamente
Resumo da notícia
- Segundo a PM do Rio, os policiais envolvidos na operação que resultou na morte do garçom Francisco Laércio Lima foram presos
- Em nota, a corporação ressaltou que eles não foram presos por conta da morte, mas sim por terem desrespeitado protocolos de ação
- Os PMs presos fazem parte do Grupamento Tático de Polícia de Proximidade e fizeram operação na comunidade Barreira do Vasco, na zona norte do Rio
A Polícia Militar anunciou que os PMs da Grupamento Tático de Polícia de Proximidade envolvidos operação que resultou na morte do garçom Francisco Laércio Lima, 26 anos, foram presos administrativamente ontem. O trabalhador foi morto com um tiro na cabeça na manhã de ontem, na comunidade Barreira do Vaco, em São Cristóvão, zona norte do Rio.
A PM afirmou que os policiais não foram presos pela morte de Francisco. Segundo a corporação, eles foram detidos pela Coordenadoria de Polícia Pacificadora e levados para a Unidade Prisional da PM por quebrarem protocolos. Em nota, a PM disse que eles foram autuados por "desobediência de ordem e descumprimento de missão, ambos crimes militares". Questionada pelo UOL, a Secretaria de Polícia Militar não informou quantos agentes foram presos e nem o prazo de suas prisões administrativas.
Francisco voltava para casa depois de trabalhar durante a madrugada em um bar na Lapa, centro do Rio, quando foi baleado. Moradores acusaram policiais militares de serem os autores do disparo e dizem que não havia confronto na comunidade no momento do crime, enquanto a PM alegou ontem que os PMs foram alvejados por criminosos e reagiram.
Segundo relatos de moradores, Francisco carregava um copo de café e uma sacola com um pacote de fraldas para o filho no momento em que foi atingido. Os moradores fizeram uma manifestação após o assassinato.
Recorde de mortes em confronto
Entre janeiro e setembro desde ano, o Rio de Janeiro registrou o maior número de mortes em confronto com as forças de segurança da história. Nos primeiros nove meses do ano, as polícias mataram 1.402 pessoas —um crescimento de 18,5% em relação ao mesmo período de 2018.
Desde a campanha eleitoral, o governador Wilson Witzel (PSC-RJ) vem defendendo uma política de confronto com o tráfico de drogas. Witzel sustenta que os agentes de segurança devem fazer o "abate" de criminosos armados. O governador também exaltou ações de alta letalidade das polícias.
Em fevereiro, Witzel classificou como "legítima" uma ação da PM que resultou em 15 mortes nas comunidades do Fallet e Fogueteiro, em Santa Teresa. Moradores, representantes da Defensoria Pública e de organizações de Direitos Humanos afirmam que os corpos de boa parte das vítimas apresentavam indícios de execução. A ação foi a mais letal ocorrida no estado desde 2007.
Em agosto, após snipers do Bope balearem um homem que sequestrava um ônibus na Ponte Rio-Niterói, Witzel chegou ao local de helicóptero e se deixou filmar por um secretário comemorando com socos no ar o resultado da ação.
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