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PM diz que imagens sugerem abuso em operação e afirma ter sido atacada

favela de Paraisópolis, em São Paulo - Lalo de Almeida
favela de Paraisópolis, em São Paulo Imagem: Lalo de Almeida

Do UOL, em São Paulo

01/12/2019 14h42

O tenente-coronel Emerson Massera, porta-voz da Polícia Militar de São Paulo, concedeu entrevista coletiva para explicar a ação da PM na Paraisópolis, em São Paulo, que terminou com nove pessoas mortas após serem pisoteadas.

Segundo Massera, a ação dos policiais teve início após flagrarem dois homens em uma moto em atitude suspeita. Então, os suspeitos fugiram dos PMs, que iniciaram uma perseguição. Ao chegarem em um baile, os homens teriam entrado no meio da multidão, que, segundo o porta-voz, atacou os policiais.

"A fuga foi breve. (Os suspeitos) Entraram na comunidade atirando contra os policiais. A moto ainda não foi apreendida, nem os indivíduos foram presos. Todos os policiais relataram a mesma coisa. Estamos apurando se existem câmeras na região para esclarecer melhor. A tentativa de abordagem realmente se deu, isso temos comprovado pela comunicação de rádio", explicou o porta-voz da PM, que continuou:

"Criminosos usaram pessoas que frequentavam o baile como escudos humanos. Pessoas foram em direção aos PMs arremessando pedras e garrafas. A atuação dos PMs foi de proteção aos policiais."

O porta-voz da PM também disse ser "difícil analisar" neste primeiro momento "se o procedimento foi correto" e que a atuação da PM "deve ser preventiva" em casos como esse. Massera ainda afirmou que, com base nos primeiros relatos, a utilização das balas de borracha foi "razoável" e que "possivelmente foi aplicada de forma correta", mas que tudo será investigado. Em uma entrevista à Globonews, ele relatou que a catástrofe seria maior "se fosse dispersar toda aquela multidão".

"Nós recebemos as imagens, todas as imagens estão incluídas no inquérito policial militar para ser analisadas. Não temos certeza que tudo tenha acontecido nesta madrugada. Algumas imagens nos sugerem abuso, ação desproporcional. Evidentemente, o rigor vai responsabilizar quem cometeu algum excesso, algum abuso. O relato que temos é que os policiais, para conseguirem recuar, fizeram uso de munições químicas (duas de efeito moral, mais duas de gás lacrimogênio), mais oito disparos de balas de borracha", explicou Massera.