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Após mortes em Paraisópolis, Doria lança programa para reduzir pancadões

Festa da DZ7 em Paraisópolis ganha faixa de protesto após matança de nove pessoas  - Marlene Bergao/Folhapess
Festa da DZ7 em Paraisópolis ganha faixa de protesto após matança de nove pessoas Imagem: Marlene Bergao/Folhapess

Ana Carla Bermúdez

Do UOL, em São Paulo

13/12/2019 14h33Atualizada em 13/12/2019 16h47

A gestão do governador João Doria (PSDB) lançou hoje um programa de incentivo a atividades culturais nas favelas com o objetivo de reduzir os pancadões nas comunidades de São Paulo.

O anúncio acontece quase duas semanas após uma ação policial em Paraisópolis, quando nove jovens morreram ao tentar deixar um baile funk que acontecia na favela.

Segundo Doria, apesar de o lançamento acontecer após o caso de Paraisópolis, o programa já estava sendo desenhado havia quatro meses. "Esse projeto não nasceu decorrente de Paraisópolis. Ele nasceu quatro meses antes. Por isso, ele tem essa amplitude e está bem estruturado", disse.

Perguntado sobre o porquê de anunciar o programa apenas agora, Doria respondeu que o lançamento "foi feito na data em que estava previsto", para que seja feita a sua comercialização. O programa começará em março, com uma primeira fase para adesão das favelas.

O projeto Favela Fest prevê uma série de atividades culturais dentro e fora das comunidades. Como parte do programa, será realizado um concurso para selecionar os melhores artistas de favelas. Os vencedores irão se apresentar em um festival que será realizado no ano que vem no Memorial da América Latina.

Segundo o governador, os custos serão arcados pela iniciativa privada. Doria afirmou que o objetivo é reduzir os pancadões "criando alternativas de música e dança com a comunidade".

"De maneira construtiva, ao invés da proibição ou limitação. Mas criar, óbvio, dentro daquilo que é lei. O procedimento de legislação municipal não vai ser alterado, aquilo que é proibido é proibido", afirmou.

O governador disse ainda que o projeto foi concebido junto às comunidades, e não como algo a ser implementado "de cima para baixo". Um dos parceiros na concepção do programa é a Cufa (Central Única das Favelas).