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Corpo de miss morta em acidente automobilístico será identificado por DNA

Adrielle de Oliveira Gomes, morta em acidente de carro - Reprodução/Instagram
Adrielle de Oliveira Gomes, morta em acidente de carro Imagem: Reprodução/Instagram

Aliny Gama, colaboração para o UOL em Maceió

17/12/2019 15h56

Os corpos da Miss Alagoas Mundial 2019, Adrielle de Oliveira Gomes,19, e de mais quatro pessoas mortas em um acidente automobilístico ocorrido na BR-116, em Capão Alto (SC), serão identificados apenas por meio de exame de DNA devido ao grau de carbonização em que ficaram. Segundo o IGP (Instituto Geral de Perícia de Santa Catarina), o resultado da identificação pode demorar meses para ficar pronto, para assim, haver a liberação dos corpos para enterro.

A colisão envolveu três caminhões — de Sananduva (RS), Flores da Cunha (RS) e Belo Horizonte (MG) — e três veículos - dois de Lages (SC) e um de Bento Gonçalves (RS). Quatro pessoas que estavam em um outro veículo de passeio ficaram feridas.

As cinco vítimas tiveram os corpos carbonizados após o carro que viajavam pegar fogo ao ser atingido por um dos caminhões. O veículo que a miss viajava era um Uno, com placas de Lages (SC). A jovem morava em Lages (SC) havia dois anos e estava viajando para um sítio, onde passaria o fim de semana com amigos.

As análises de comparação de material genético serão realizadas pelo Instituto de Análises Forenses, do IGP-SC, localizado em Florianópolis. Foram coletadas amostras genéticas de familiares de três vítimas do acidente.

O IGP informou que os corpos ficaram completamente carbonizados, o que impossibilitou a identificação por impressão digital ou por arcada dentária, e a única maneira de identificá-los é por meio de DNA. Segundo o instituto, o exame consiste em comparar o material genético dos familiares com as amostras dos corpos em equipamento processador para extrair o tecido genético da vitima.

"Como os ossos expostos a temperaturas altíssimas por conta da explosão, segundo a perícia, não há previsão de conclusão da identificação porque dependerá da qualidade do material colhido nos corpos. O confronto positivo precisa ocorrer mais de uma vez para cada material. É um trabalho minucioso. Pretendemos concluir essa identificação o quanto antes para dar a resposta às famílias", explicou o Instituto Geral de Perícia.

Os pais de Adrielle, Adriano Oliveira e Aldenice Tavares da Silva Gomes, chegaram ontem em Capão Alto (SC) para fornecer material genético para identificação do corpo da filha. Eles viajaram de Maceió (AL) e não sabem se voltarão ao estado trazendo o corpo da filha ou se aguardarão em Santa Catarina o resultado do exame de DNA para identificação do corpo.

"No momento o que mais queremos é a liberação do corpo da nossa filha! A burocracia é grande. Falam de seis a sete meses, mas estamos na busca das autoridades de Santa Catarina para agilizarem esse processo. Contratamos um advogado da área criminal para ajudar a resolver a burocracia. Pedimos que essa liberação aconteça o mais breve possível", disse Adriano Oliveira, em entrevista ao UOL.

A Polícia Civil instaurou inquérito para investigar o acidente. Esta semana, a polícia já começou a realizar oitivas colhendo depoimento de pessoas envolvidas no acidente e de testemunhas. As investigações estão a cargo da delegacia de Campo Belo do Sul.

Os investigadores deverão saber se houve crime, imprudência, e ainda levantar a responsabilidade da colisão. De acordo com o delegado regional de Lages, Fabiano Schmidt, hipótese trabalhada na investigação é de homicídio culposo ao volante, quando há culpa, mas sem intenção de matar.

Sonho de carreira internacional

Adrielle Oliveira era Miss Alagoas Mundial 2019, em um concurso realizado este ano em Maceió, e, recentemente, ficou entre as finalistas da disputada seleção da agência de modelos Joy Model Management, de São Paulo. Ela sonhava em seguir carreira internacional e tinha a modelo Gisele Bündchen. Ela morava em Lages (SC) havia dois anos e acreditava que estando na região Sul do país poderia atingir o sonho da carreira internacional.

Adrielle estudava curso técnico em administração, no período da tarde, e estudava o 4° período do curso de jornalismo, no período da noite. Ela se mudou de Satuba (AL), na região metropolitana de Maceió, para Lages quando o pai dela conseguiu um emprego como preparador físico de um time de futebol da cidade catarinense.

O contrato dele acabou, mas Adrielle optou por continuar em Santa Catarina para dar prosseguimento ao curso de jornalismo e também porque a região Sul daria mais oportunidades para a carreira de modelo. Adrielle era a filha mais velha. Ela deixa um irmão de 17 anos e uma irmã de nove anos.