Preso, suspeito de matar família em briga no trânsito alega legítima defesa
Resumo da notícia
- Polícia prendeu o suspeito de matar três pessoas da mesma família após uma discussão no trânsito, em Porto Alegre
- O suspeito alegou legítima defesa e que teria agido para proteger sua mãe, que também estava no carro
- Ele negou que a pistola calibre 9 milímetros, utilizada no crime, fosse dele. Afirmou que a arma pertencia a uma das vítimas: Rafael Zanetti
- Para o delegado Eibert Neto, o depoimento é "coerente", mas apresenta contradições com a versão apresentada por uma testemunha ocular
- Justiça concedeu mandado de prisão temporária, que acabou sendo convertida em preventiva após a apresentação das provas reunidas pelos investigadores
- Suspeito deve ser indiciado por três homicídios duplamente qualificado, por motivo fútil e impossibilidade de defesa das vítimas
A Polícia Civil prendeu hoje o suspeito de matar três pessoas da mesma família após uma discussão no trânsito no último domingo (26) na zona sul de Porto Alegre. O homem de 24 anos, que não teve o nome divulgado, alegou legítima defesa e que teria agido para proteger sua mãe, que também estava no carro. A mulher teria sido agredida por duas das vítimas, segundo o delegado Eibert Neto, Diretor da Divisão de Inteligência Policial e Análise Criminal do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
A família estava em um Aircross que raspou na lataria de um Ecosport. Em seguida, o carro das vítimas foi interceptado na Estrada do Varejão, no bairro Lami, quando começou a discussão. Ainda no domingo, testemunhas relataram à polícia que o suspeito do crime desceu do Ecosport "exaltado" e passou a discutir com os três, que já estavam fora do carro. A briga terminou com a família morta: Rafael Zanetti Silva, 46, a esposa dele, Fabiana da Silveira Innocente Silva, 44, e o filho do casal, Gabriel da Silveira Innocente Silva, 20.
No dia do crime, uma jovem de 18 anos, nora do casal que estava no Aircross, relatou que Zanetti chegou a oferecer seus serviços como mecânico para arrumar o estrago, mas o motorista do outro carro puxou uma pistola 9 milímetros e apontou para a família. Eles ainda teriam tentado ligar para o 190 e relatar a situação. No Aircross, também estava outro filho do casal, de oito anos, que não se feriu.
Em depoimento, o suspeito negou que a pistola calibre 9 milímetros, utilizada no crime, fosse dele. Afirmou que, na verdade, era Zanetti quem estava armado e que o mesmo teria deferido coronhadas contra ele. O suspeito conseguiu jogar a arma para longe, mas ela foi recuperada pela mãe que atirou para o alto, conforme declaração do delegado Rodrigo Pohlmann, titular da 4ª DHPP e responsável pela investigação. A mulher ainda teria relutado a entregar a arma para o filho.
"As agressões cessaram e os dois (o suspeito e a mãe dele) entraram no veículo. Mas o casal abre a porta e passa a agredir a mãe dele com pistola em mãos. Ele consegue tomar a arma e efetua os disparos", detalha Pohlmann. Em seguida, o filho do casal corre na direção do carro e também é alvejado. Segundo o suspeito, a arma foi abandonada no local, mas não ainda não foi localizada pelos investigadores.
Delegado vê depoimento "coerente", mas aponta contradições
Para o delegado Eibert Neto, o depoimento é "coerente", mas apresenta contradições com a versão apresentada pela nora de Zanetti e Fabiana, testemunha ocular dos fatos. "Vamos trabalhar para esclarecer contradições", disse o delegado, que salienta que entre as contradições está a situação da arma.
Em depoimento, o suspeito chorou e demonstrou estar arrependido. "Disse que a situação poderia ter sido resolvida de outra forma", afirma Pohlmann. A apresentação do suspeito foi negociada desde a noite de ontem pelo advogado dele com a polícia. Inicialmente, a justiça concedeu mandado de prisão temporária, que acabou sendo convertida em preventiva após a apresentação das provas reunidas pelos investigadores.
Agora, o inquérito tem dez dias para ser concluído. O suspeito deve ser indiciado por três homicídios duplamente qualificado, por motivo fútil e impossibilidade de defesa das vítimas. A prisão dele ocorreu no mesmo dia em que a família foi enterrada, na Cemitério Jardim da Paz, na zona leste de Porto Alegre.
Procurado pelo UOL, o advogado Marco Souza, que defende o suspeito, afirmou que ele "possui direito ao exercício da ampla defesa e do contraditório" e que a defesa deve entrar com pedido de liberdade. Caso seja necessário vai ingressar também com um pedido de habeas corpus.
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