Namorada usou uniforme de sogra morta para enganar porteiros, diz polícia
Resumo da notícia
- Carina usou uniforme da sogra para entrar no condomínio da família na Grande SP
- Primo disse em depoimento que ela foi a "mentora intelectual" do crime
O uniforme da mãe da família morta na Grande São Paulo foi usado por Carina Ramos para passar despercebida na portaria do condomínio em que as vítimas viviam, segundo a Polícia Civil.
Carina, 31, é namorada de Ana Flávia Gonçalves, 24, filha e irmã dos três mortos no crime. Elas são suspeitas de participação no assassinato, que aconteceu na semana passada. Os corpos de Flaviana Gonçalves, Romuyuki Gonçalves e do filho do casal, Juan Gonçalves, foram encontrados carbonizados no porta-malas de um carro em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo.
As autoridades já haviam informado que o porteiro do condomínio disse que viu Flaviana dirigindo seu carro pela última vez antes de o veículo ser encontrado queimado com os corpos dentro.
Em depoimento de duas horas prestado ontem às autoridades, o primo de Carina, Juliano de Oliveira Ramos Júnior, afirmou que ela foi a "mentora intelectual" do crime, dando ordens para as mortes e arquitetando quem seria assassinado primeiro. A polícia, no entanto, trabalha também com a hipótese de que Ana Flávia tenha sido a mandante do crime.
A polícia ainda tenta desvendar qual a motivação do crime. Não se sabe se as mortes têm relação com uma suposta herança a que a filha poderia ter acesso.
Na versão de Juliano, ele e outros dois homens chegaram à casa da família junto com Carina, Ana Flávia, Romuyuki e Juan. Eles estavam atrás do dinheiro, que estaria guardado em um cofre, e trancaram pai e filho em quartos separados. Os suspeitos então se irritaram com o fato de Romuyuki não saber a senha do cofre. O pai argumentou que somente Flaviana teria a senha.
"Eles começaram a ficar violentos, até que essa violência se transformou em agressão. Eles trancaram o pai em um quarto e começaram a sufocá-lo, segundo Juliano", disse o delegado Paul Henry Bozon. "Então Carina, ainda segundo o depoimento, resolve matar primeiro o pai e depois o filho. A mãe foi a última ser morta", disse o delegado, afirmando ainda que as autoridades ainda não concluíram como, quando e onde Flaviana foi morta.
Cinco pessoas presas
Além de Carina e Ana Flávia, outras três pessoas estão presas.
Juliano foi preso na noite de ontem e entregou outros dois homens, Guilherme e Michael, que atuaram com ele no crime. A polícia não divulgou os sobrenomes. Tanto os homens presos quanto Ana Flávia e Carina eram conhecidos do Jardim Santo André, bairro onde moram todos os suspeitos envolvidos, segundo apurou a reportagem.
Guilherme foi preso na manhã de hoje em Santo André e encaminhado ao Centro de Detenção Provisória de Santo André. Já Michael, o outro envolvido, foi preso em Avanhadava, a cerca de 470 quilômetros de São Paulo.
Na casa onde Guilherme foi preso, foram encontrados um televisor e um videogame que estavam na casa da família em Santo André.
Uma sexta pessoa é investigada de participação nos assassinatos. A polícia apura se ela foi responsável por ter ido buscar os suspeitos na Estrada do Montanhão, em São Bernardo do Campo, após eles queimarem o carro com os corpos da família dentro.
As autoridades chegaram ao nome de Juliano após Carina alterar seu depoimento. Ela afirmou à polícia que, por volta das 22h da segunda-feira (27), Flaviana entrou no condomínio que a família mora em Santo André "acompanhada de três indivíduos, que entraram logo atrás dela e anunciaram um roubo".
Ainda segundo o depoimento de Carina, os assaltantes estavam com pelo menos duas armas de fogo. Eles renderam todos que estavam na casa e os ameaçaram. Após roubarem vários objetos da casa, os três teriam deixado o local no carro de Flaviana junto com as três vítimas.
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