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MP pede bloqueio de bens da Backer para indenizações e tratamentos

Cerveja Belorizontina, da Backer - Divulgação/Backer
Cerveja Belorizontina, da Backer Imagem: Divulgação/Backer

Alex Tajra

Do UOL, em São Paulo

11/02/2020 19h59Atualizada em 11/02/2020 19h59

Resumo da notícia

  • Na ação, Promotoria quer bloqueio de bens da Backer para pagar tratamentos de vítimas
  • Consumidores da cerveja da empresa morreram após ingerir a bebida produzida em MG

O MP (Ministério Público) de Minas Gerais moveu hoje uma ação contra a cervejaria Backer para defender os consumidores que foram intoxicados pelas bebidas fabricadas pela empresa. O MP quer o bloqueio de bens da empresa para que eles sejam utilizados em indenizações, além de pagar tratamentos das pessoas que foram afetadas.

Na última semana, a Secretaria de Saúde de Minas Gerais confirmou a sexta morte suspeita de contaminação por dietilenoglicol após consumo das cervejas Backer. Destas seis mortes, quatro tiveram confirmação de que havia a intoxicação pela substância. Ainda segundo a secretaria, foram notificados 31 casos suspeitos de intoxicação —26 homens e cinco mulheres. A Polícia Civil de Minas Gerais também investiga o caso.

Na ação, o MP pede também que a cervejaria abra um canal de informações para que os consumidores saibam como proceder caso demonstrem sintomas de intoxicação ou tenham consumido as bebidas.

Os promotores requereram ainda a tutela de urgência antecipada na ação —medida processual que permite ao autor obter antecipadamente os direitos que são pleiteados— para que a cervejaria seja obrigada a pagar os tratamentos e demais gastos das vítimas.

Em nota, a promotora Silvia Altaf Cedrola afirmou que a intenção é conseguir uma indenização imediata às vítimas, posto que a cervejaria, segundo o MP-MG, não cumpriu acordo firmado com a Justiça.

Procurada pela reportagem, a Backer não se manifestou até o momento.

Inquérito completou um mês

O inquérito criminal que a Polícia Civil de Minas Gerais instaurou para apurar as causas e os responsáveis pela síndrome nefroneural atribuída ao consumo de cervejas Backer completou um mês neste sábado (8). A 4ª Delegacia de Polícia de Barreiro investiga 34 casos de intoxicação humana, incluindo as seis mortes.

Ainda segundo a polícia, não há previsão para a conclusão da maioria dos laudos; os que já foram concluídos foram disponibilizados para os advogados que representam a empresa. Também não há prazo definido para a conclusão das investigações.

Segundo a polícia, "o cidadão que tenha consumido o produto e se sinta prejudicado com a ingestão da bebida pode registrar um boletim de ocorrência, com o maior nível de detalhamento possível, em qualquer unidade policial".