Paraisópolis: Promotor quer nova apuração em busca de organização de baile
O Tribunal de Justiça Militar de São Paulo quer uma nova apuração sobre as nove mortes ocorridas na madrugada de 1º de dezembro durante o Baile da DZ7, na comunidade de Paraisópolis, em São Paulo. A informação foi divulgada hoje pelo SP2, telejornal da Rede Globo.
A pedido do promotor Edson Corrêa Batista, novas diligência no inquérito policial devem ser realizadas para esclarecer quem organizou o baile funk na capital paulista. O pedido é para que a Corregedoria da Polícia Militar busque imagens, depoimentos e postagens em redes sociais para esclarecer buscar os responsáveis pelo evento.
No dia 7 de fevereiro, o UOL informou que a Corregedoria isentou os 32 policiais envolvidos na ação, embora todos tenham sido afastados. Uma fonte ligada ao caso afirmou na ocasião que a interpretação é de que ação foi de "legítima defesa".
À época, foi pedido o arquivamento do caso. Em relatório, o responsável pelo inquérito afirma que quem organiza o baile sem respeitar leis municipais tem responsabilidade pelas nove mortes.
Com o pedido do Tribunal de Justiça Militar, o inquérito retorna à Corregedoria da PM, que tem prazo inicial de 30 dias para cumprir as diligências pedidas pelo promotor. A Corregedoria informou, ainda segundo a Rede Globo, não ter sido notificada, mas se colocou à disposição para cumprir os pedidos.
A Polícia Civil também investiga o caso, em inquérito no DHPP já em fase final.
O caso
Na madrugada do dia 1º de dezembro, policiais cercaram o baile da DZ7, na favela de Paraisópolis, zona sul de São Paulo, e impediram a dispersão dos frequentadores. O cerco teria levado quem estava na rua a correr para duas vielas — e o resultado foi a morte de nove pessoas pisoteadas. A PM negou ter encurralado os frequentadores.
À época, jovens que estavam no baile declararam ao UOL que aquela noite foi uma "cena de horror".
Na versão da polícia, eles realizavam a Operação Pancadão na região e, durante ela, dois homens em uma motocicleta atiraram contra os policiais. A PM diz que os suspeitos fugiram em direção ao baile efetuando disparos. Isso teria ocasionado um "tumulto generalizado" entre os frequentadores do evento. A polícia diz que duas viaturas foram depredadas. Ninguém foi preso.
Os policiais e o governo do estado, no entanto, não explicaram os vídeos que mostram agentes dando socos, pontapés e pisando em dois garotos que já estavam dominados. Outras imagens apontam um agente agredindo pessoas que estavam sendo dispersadas do baile; elas foram atingidas com golpes de cassetete na cabeça e nas costas. Cenas divulgadas também mostram correria e a PM usando bombas contra os frequentadores.
Uma das vítimas disse que foi agredida por um policial com uma garrafada na cabeça e com cassetete nas costas.
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