Acampamento pró-Lava Jato muda nome e queima de camisas com rosto de Moro
Um dia depois de Sergio Moro deixar o governo de Jair Bolsonaro (sem partido), apoiadores da Operação Lava Jato acampados há dois anos em Curitiba queimaram camisas com o rosto do ex-juiz. O movimento ganhou fama há dois anos quando alguns manifestantes decidiram montar um acampamento em defesa das investigações em frente ao prédio da Justiça Federal na capital paranaense.
A queima das camisetas com o rosto de Moro aconteceu ontem e foi transmitida hoje pelas redes sociais do movimento, que se disse "abatido e decepcionado" com a maneira como o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública saiu do governo Bolsonaro.
Na transmissão, os manifestantes aparecem vestidos inicialmente com camisas estampadas com a foto de Moro. Logo em seguida, eles as retiram do corpo e mostram uma com a foto do presidente Jair Bolsonaro.
No vídeo, é possível ouvir muitos xingamentos ao ex-ministro. "Queima a cara dele!", diz alguém.
"O acampamento continua com a defesa da pátria e o combate ao comunismo. Tendo em vista tudo isso que está vindo à tona, continuamos com o presidente que é quem realmente está combatendo o comunismo. Estamos abatidos e decepcionados, mas vamos seguir em frente", disse ao UOL a fundadora do movimento, Paula Milani.
Com a saída do ex-ministro do governo, o movimento agora chama-se "Acampamento Bolsonaro". Segundo os manifestantes, o grupo faz um processo de reavaliação das atitudes do então juiz da Lava Jato. Para eles, Moro "não estava lutando contra o comunismo, mas contra o PT".
"É uma decepção e uma traição [a saída do Moro]. Hoje em dia analisamos esses dois anos [que estamos] em frente à Justiça Federal, e algumas atitudes do então juiz Moro, que considerávamos normais, agora não vemos assim. [Vemos] Uma pessoa que não estava lutando contra o comunismo, mas contra o PT. E isso ele fez muito bem, mas nosso objetivo é contra o comunismo", comentou Paula Milani.
Moro nunca recebeu apoiadores
O movimento Acampamento Lava Jato ficou conhecido por reunir apoiadores do ministro Sergio Moro nos arredores do prédio da Justiça Federal, no bairro Cabral, em Curitiba. Os manifestadores se revezavam ao longo do dia e da noite na Avenida Anitta Garibaldi para mostrar que estavam ao lado do juiz.
"O acampamento surgiu em apoio à operação. Ficamos por dois anos lá, inclusive porque, segundo palavras do próprio Moro, a operação não iria para frente sem apoio da sociedade. Por causa dessas palavras do Moro é que nós fomos para a rua", lembra Paula.
O grupo desmontou a estrutura pela primeira vez em 2017, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva depôs na 13ª Vara Federal. O acampamento acabou em razão das eleições de 2018.
Nesse período, o aniversário de Sérgio Moro, celebrado em 1º de agosto, chegou a ser comemorado por dois anos no lado de fora do prédio da Justiça, mas o então juiz não compareceu às festas, o que frustra até hoje os manifestantes.
"Nunca nos recebeu. Em todos os aniversários do Sérgio Moro fazíamos uma festinha ali na frente e camisetas novas, que era enviada a ele. Quando desmontamos o acampamento, mandamos uma cartinha para que pelo menos nos desse um tchau, mas ele nem pôs a mão para fora da janela para isso", lamentou a líder dos apoiadores.
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