Sem acampamento, ativistas pró-Lava Jato aguardam Lula como "hóspede" em Curitiba
Depois de mais de um ano, os manifestantes que montaram um acampamento para defender a Operação Lava Jato em frente ao prédio da Justiça Federal em Curitiba --onde trabalha o juiz Sergio Moro-- começaram a deixar o local nesta segunda-feira (8). A medida atende a decisão judicial que proíbe acampamentos nas ruas da cidade na semana do depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Moro.
Enquanto as telhas e estacas que delimitavam o acampamento iam ao chão, a advogada Paula Milani negava qualquer frustração com o desmonte por causa do interrogatório de Lula.
"Não estamos tristes. A gente está muito feliz que esse vagabundo finalmente está vindo aqui para Curitiba, e vamos ficar mais felizes ainda quando ele vier para ficar, para ser nosso hóspede. E isso não vai demorar para acontecer", afirmou.
Paula e a representante comercial Marilda Brandalise disseram que os integrantes do acampamento receberam a decisão de deixar o local com "tranquilidade".
"Nós somos defensores da ordem e da Justiça, da urbanidade, da convivência entre as pessoas", disse Marilda. "Com casa ou sem casa, a gente sempre vai apoiar a Lava Jato. Se a gente vier aqui só com uma cadeirinha, a gente vem."
Segundo Paula, todos os cerca de 30 integrantes do acampamento trabalham. Havia uma escala para a ocupação do local, que permanecia aberto à tarde e à noite.
Ainda de acordo com Paula, o acampamento costumava receber visitantes que pediam informações sobre a Operação Lava Jato, além de adesivos e bonecos de Lula vestido de presidiário --o chamado "pixuleco".
" Virou um ponto turístico", disse.
Marilda destaca as visitas de famílias cujos filhos pediam "para bater foto onde o juiz trabalha".
"Esses exemplos só de festa, de Carnaval, de futebol... Tem que surgir um outro tipo de modelo para as crianças que amam seu país", afirmou.
Sobre uma possível reconstrução do acampamento, a advogada Paula disse que o grupo não deve decidir isso no momento.
"A gente vai pensar uma coisa de cada vez. Primeiro, nosso foco é mandar muita energia positiva para que o Moro tenha uma audiência bem tranquila, faça o que ele tem que fazer", disse. "O nosso foco é apoiar a Lava Jato. Se voltar, OK. Se não voltar, OK também."
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