MPF abre inquérito para apurar participação da PF na morte de João Pedro
O Ministério Público Federal (MPF), pelo Núcleo de Controle Externa da Atividade Policial, instaurou hoje inquérito civil público para apurar a participação da Polícia Federal (PF) na morte do adolescente João Pedro Mattos Pinto, de 14 anos.
O objetivo, segundo o procurador Eduardo Benones, é colher elementos sobre "condições, circunstâncias, finalidades, suportes fáticos e legais em que ocorreu a participação do Departamento de Polícia Federal"
O assassinato do adolescente aconteceu durante operação policial no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro, no dia 17 de maio.
Como resultado do inquérito civil público, o MPF busca a responsabilização do Estado Brasileiro pela morte de João Pedro.
"Com eventual reparação, perda do cargo, suspensão de direitos políticos e do direito de acesso a outros cargos ou empregos públicos, de agentes públicos envolvidos, diretamente ou indiretamente policiais ou não", posicionou-se o MPF.
Para a instituição, as inúmeras mortes havidas nas incursões policiais em comunidades sugerem que a questão seja pensada, inclusive, "à luz de racismo institucional e estrutural".
"Decerto que o crime há de ser enfrentado pelo Estado, mas o preço não pode ser a perda da vida de nenhum ser humano, especialmente de uma criança", ponderou o procurador.
João Pedro recebeu um tiro de fuzil na barriga enquanto brincava com os primos na casa da família. Policiais removeram o corpo do garoto da cena do crime, porém não avisaram o paradeiro para a família.
O jovem só foi encontrado 17 horas depois, no Instituto Médico Legal (IML), já sem vida.
Segundo a família de João Pedro, os policiais levaram os celulares da vítima e dos outros jovens que estavam com ele no local. A família também nega a versão de que houve troca de tiros.
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