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Shoppings do Rio têm de filas no subúrbio e corredores vazios no Leblon

11.jun.2020 - Movimentação no NorteShopping no 1º dia de reabertura dos centros de compra - ÉRICA MARTIN/ESTADÃO CONTEÚDO
11.jun.2020 - Movimentação no NorteShopping no 1º dia de reabertura dos centros de compra Imagem: ÉRICA MARTIN/ESTADÃO CONTEÚDO

Maria Luisa Melo

Colaboração para o UOL, no Rio

11/06/2020 21h57

O primeiro dia de reabertura dos shoppings na cidade do Rio de Janeiro foi marcado por aglomerações e filas no subúrbio. Já em centros de compra da Barra da Tijuca (zona oeste) e Leblon (zona sul), muitos corredores ficaram vazios e a maior parte das lojas não reabriu.

Seguindo as exigências da prefeitura, os shoppings realizaram medição de temperatura dos clientes logo na entrada, disponibilizaram álcool gel para higienização, mas não conseguiram garantir o distanciamento de 2 m entre os clientes, fixado em decreto por Marcelo Crivella (Republicanos).

No NorteShopping, o maior da zona norte carioca, tudo parecia em conformidade com as exigências da prefeitura na entrada, onde um profissional de enfermagem media a temperatura dos clientes.

Mas, ao adentrar o corredor principal, o que se viu foram muitas aglomerações na entrada de lojas. Mesmo em filas, o distanciamento mínimo de 2 m não foi seguido por clientes, que acabaram advertidos por funcionários.

No NorteShopping, a principal reclamação era voltada para a dificuldade de entrar em algumas lojas, sobretudo as de telefonia. O número de funcionários parecia estar reduzido. Não havia outro jeito senão aguardar, de pé, na entrada da loja.

"Estava há quase quatro meses de quarentena, mas hoje decidi vir de Mesquita [Baixada Fluminense] para acompanhar minha neta que veio comprar o presente do namorado dela. Estamos sendo cuidadosos, usando máscara e lavando as mãos", disse José Sebastião Lustosa, 69.

Questionado sobre aglomeração na porta das lojas, minimizou: "Geralmente esse shopping é muito mais cheio. Como hoje abriu mais tarde, as pessoas estão chegando agora".

Quem passava pela praça de alimentação se surpreendia. Todas as mesas e cadeiras foram isoladas e, cumprindo o decreto municipal, os clientes eram avisados que as vendas só estavam sendo feitas por take away.

Outro que também minimizou a questão foi Elias Santos, 58. Ele foi advertido por um segurança para evitar aglomeração.

"Isso é muito novo para mim. Ainda estou me acostumando. Só quero resolver o problema de um boleto do mês passado que já paguei, mas continuam me cobrando e também preciso pagar o desse mês", disse ele, enquanto aguardava a abertura da Casas Bahia.

11.jun.2020 - Trabalhadores de limpeza higienizam a entrada do Shopping Leblon - ANDRE MELO ANDRADE/ESTADÃO CONTEÚDO - ANDRE MELO ANDRADE/ESTADÃO CONTEÚDO
11.jun.2020 - Trabalhadores de limpeza higienizam a entrada do Shopping Leblon
Imagem: ANDRE MELO ANDRADE/ESTADÃO CONTEÚDO

Baixo movimento na Barra da Tijuca e Leblon

A alguns quilômetros dali, no BarraShopping, o maior da zona oeste, a maior parte das lojas não reabriu. Mas também não houve grande procura de clientes. A maior parte dos corredores ficou vazia e grande parte dos estabelecimentos da praça de alimentação também não reabriu nem para take way nem delivery, como permitia o decreto. Não faltaram reclamações.

"Achei que conseguiria comprar comida hoje e levar para casa, mas os restaurantes estão fechados", reclamou a dona de casa Edna dos Reis, 59.

No Shopping Leblon, o cenário foi bem parecido. Apesar dos cuidados com a higienização, muitos clientes não deram as caras. Entre os poucos que surgiram, estava o casal Isabella e Fernando Oliveira, ambos de 25 anos.

"A gente veio buscar o meu presente de Dia dos Namorados. Não estamos com tanto medo porque já tivemos coronavírus. Mas moramos em Niterói e lá tudo ainda está fechado. Bem prudente", observou Isabella.

Ali, cada corredor tinha diversos dispensers de álcool em gel acionados por pedal. Funcionários limpavam não apenas o chão, mas também todas as superfícies com álcool.