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Ciclone danifica 70% da área de fábrica em SC; prejuízo supera R$ 2 milhões

Os sete galpões da Stolf tiveram danos; 70% da estrutura da empresa foi danificada - Stolf/Divulgação
Os sete galpões da Stolf tiveram danos; 70% da estrutura da empresa foi danificada Imagem: Stolf/Divulgação

Hygino Vasconcellos

Colaboração para o UOL, em Porto Alegre

02/07/2020 20h48Atualizada em 03/07/2020 00h03

Uma fábrica de produtos domésticos foi atingida em cheio pelo ciclone bomba na terça-feira (30), em Rio do Sul (SC), a 188 quilômetros de distância de Florianópolis. Os sete galpões tiveram danos e se estima que 70% da estrutura da empresa foi danificada. O gerente de exportações, Daniel Stolf, calcula um prejuízo na casa de R$ 2 milhões.

"Entre R$ 800 mil a R$ 1 milhão serão para consertar os galpões. Uns foram bastante danificados e outros muito poucos", conta Stolf, sobrenome que dá o nome à empresa.

O restante do valor deve ser utilizado para reconstruir a rede de painéis solares, que fornecia quase toda a energia à empresa. Em operação desde o final do ano passado, o sistema custou R$ 1,8 milhão. Estima-se que 60% das placas tenham sido danificadas ou destruídas pelo ciclone. Além disso, algumas máquinas estragaram e vão ter que passar por reforma ou serem substituídas. E parte do estoque da empresa acabou molhando e também foi perdido.

No momento da tempestade, cerca de 140 funcionários estavam trabalhando no local e tiveram que encontrar lugar seguro. Entretanto, dois deles acabaram feridos, tiveram escoriações leves e foram levados para o hospital. Após receberem atendimento, foram liberados e estão de atestado médico.

Stolf conta que estava na parte administrativa da empresa quando o ciclone começou. Telhas começaram a voar e os funcionários correram em direção ao corredor, considerado "lugar mais seguro", conforme plano de fuga da empresa. "A gente só ouvia barulho de metal retorcendo, não sabia o que acontecendo do lado de fora. Foi muito aterrorizante."

A tempestade durou três minutos, mas que pareceram uma eternidade para os funcionários. Em seguida, eles saíram para conferir os estragos e se surpreenderam com os danos. "Tinha muitos destroços espalhados por tudo", salienta o gerente de exportações. Segundo a direção da empresa, calcula-se que a fábrica só vai voltar a operar a pleno em 90 dias, devido aos estragos do ciclone.

A Stolf fabrica tábuas de churrasco, colheres de pau e outros produtos de madeira. Além disso, há uma linha de produtos metalizados, como escorredores de louça.

Prefeitura vai decretar situação de emergência

Devido aos estragos na cidade, a prefeitura anunciou que vai decretar situação de emergência na cidade. Ainda não há data para o decreto ser encaminhado. No município, 53 casas ficaram destelhadas pelo ciclone e, por isso, a Defesa Civil passou a distribuir lonas. Duas pessoas ficaram feridas ao fazer a reforma e conserto dos telhados danificados.

De acordo com o prefeito José Eduardo Rothbarth Thome, equipes trabalham em regime de força-tarefa para retirar das ruas galhos, placas e outros objetos levados pela tempestade. "Realmente os estragos foram bem grandes, tivemos bastante transtornos pela cidade. Ainda estamos trabalhando a retomada da energia elétrica e temos bairros com problemas de energia", contou.

Ao todo, 140 famílias receberam lonas para cobrir as casas destelhadas. Além disso, dois homens ficaram gravemente feridos em empresas da cidade - além dos dois da Stolf - e um deles segue hospitalizado após ser sofrido traumatismo craniano.

"Tivemos aqui danos materiais, danos ambientais e danos humanos. Pessoas foram hospitalizadas diante da queda de barreiras, queda de paredes de empresas, o que nos trouxe bastante transtorno e preocupação com a vida humana, que é certamente a questão mais importante", salientou o prefeito, que deve assinar o decreto de emergência amanhã.