Criança e adolescente são feridos em ação policial com cães no Moinho
Um adolescente de 18 anos e uma criança cadeirante saíram feridos em uma ação da Polícia Militar —supostamente em busca de drogas— na Favela do Moinho, em Campos Elíseos, no centro de São Paulo.
A ação ocorreu por volta das 16h e foi realizada por policiais militares do Choque, acompanhados de policiais do Canil.
Segundo policiais disseram à Comissão de Direitos Humanos da OAB, ao ver a ação policial, um jovem caiu da laje de sua casa e machucou com gravidade a mão direita e poderá perder a mobilidade da mão. Moradores, porém, questionam relatos feitos no início da noite de que ele teria pulado pelo telhado.
A irmã do jovem relata que um grupo de quatro PMs invadiu a casa em que moram na favela do Moinho. Um deles, usando touca ninja e sem a tarjeta de identificação, atacou o jovem com uma faca. Ele sofreu um corte profundo na mão direita ao tentar se defender.
O jovem —Sidney Santos de Lima, 18 anos— pulou da varanda no primeiro andar da casa e sofreu ferimentos leves nas pernas. Foi socorrido por moradores e levado para a Santa Casa, onde passou por uma cirurgia na noite desta quinta (2). Ele perdeu os movimentos na mão direita e pode ter o membro inutilizado.
Maria Cristina Góes dos Santos, 55 anos, mãe de Sidney, disse à reportagem do UOL que seu filho estava dormindo quando policiais invadiram sua residência. "Eu entrei em casa quando ouvi os gritos dele. A polícia saiu pelos fundos", relatou.
Menino mordido e protesto dos moradores
Após este primeiro ato, os PMs se dispersaram pela favela e um cão farejador mordeu o braço direito de uma criança cadeirante. O menino mordido pelo cachorro chama-se Vítor e tem 10 anos. Ele tem paralisia cerebral e por isso é cadeirante. Foi mordido justamente no braço que consegue mover melhor. Foi atendido num pronto-socorro e já está em casa.
O ferimento na criança aumentou a revolta dos moradores, que iniciaram um protesto.
Enquanto Sidney era levado por moradores ao hospital, a PM começou a atirar bombas de gás lacrimogêneo nos moradores revoltados, que ocuparam as duas pistas da Avenida Rio Branco e atearam fogo em lixo.
A PM mandou helicópteros e reforçou o policiamento e a Comissão de Direitos Humanos da OAB impediu o confronto. A manifestação terminou por volta das 19h15.
Violações de direitos
O ouvidor da PM Elizeu Soares chegou à comunidade às 19h35 e começou a ouvir moradores sobre o incidente. Ele afirmou que fez contato com o comando da PM para que a ação na comunidade fosse desmobilizada.
Soares ouviu familiares de ambas as vítimas e disse haver elementos de que houve violações de direitos. Ele pedirá informações sobre qual ação a PM desenvolvia na comunidade e pediu à Corregedoria da PM que instaure procedimento sobre os fatos.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.