São Paulo cancela Réveillon na Avenida Paulista devido à pandemia
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), anunciou hoje o cancelamento da festa de Réveillon na Avenida Paulista devido à pandemia de covid-19. Ele também voltou a falar que estuda a possibilidade de adiamento do Carnaval.
"Hoje anunciamos que também não teremos Réveillon na Paulista nesta virada de ano. Tanto a prefeitura quanto o governo entendem como muito temerário organizarmos um evento para 1 milhão de pessoas para dezembro deste ano", afirmou Bruno Covas em entrevista coletiva concedida no Palácio dos Bandeirantes.
Ele ponderou que não faz sentido a Prefeitura pedir para a população adotar cuidados de prevenção à covid-19 e promover um evento desta magnitude. Questionado sobre os efeitos econômicos, afirmou que a implicação sanitária é prioridade.
"Avaliamos isso, mas com a temeridade de organizar um evento para 1 milhão de pessoas e o impacto que isso pode ter na área da saúde é bem maior do que qualquer prejuízo econômico. Não há possibilidade de pensar neste momento em uma festa que reúne 1 milhão de pessoas."
De acordo com o prefeito, o evento exige uma organização bastante antecipada e envolve uma série de fatores.
"É um evento que requer a organização de pelo menos três meses, envolve patrocínio, agenda de artistas, pacotes promocionais de hotéis, turismo. Queremos aqui com a maior previsibilidade possível dizer que a prefeitura também não vai organizar o Réveillon da Paulista. É um evento muito mais de paulistanos do que para turistas. Não é um momento em que se lota os hotéis da cidade. O movimento é mais de pessoas saindo da cidade", justificou. Ontem, Covas disse que ainda havia tempo para avaliar o cancelamento do Ano-Novo e que essa decisão seria tomada até setembro.
Coordenador do Centro de Contingência de São Paulo, Paulo Menezes, acredita que a decisão ajudará a salvar vidas na capital paulista. "Não é momento para pensar nisso. O Centro de Contingência fica mais tranquilo. Vamos evitar muitas mortes dessa forma, salvando vidas", afirmou.
Possível adiamento do Carnaval
Bruno Covas também voltou a falar sobre o possível adiamento do Carnaval de 2021. Ontem, o prefeito confirmou que tem conversado com políticos de outras grandes cidades, como Rio de Janeiro e Salvador, para encontrar uma nova data.
Ele enfatizou a necessidade de pelo menos seis meses de antecipação para a organização dos desfiles das escolas de samba.
"Na nossa cidade também temos o Carnaval de rua, que requer um prazo menor de organização do que o do sambódromo. Em dois ou três meses dá para organizar o de rua. Para a realização no sambódromo, pelo menos seis meses, entre a preparação e ensaios das escolas. Não é apenas aglomeração no dia do desfile, mas duas ou três mil pessoas em uma quadra para ensaiar", afirmou.
Virada Cultural on-line
Bruno Covas também disse que a Virada Cultural, um dos principais eventos da cidade, será totalmente on-line. O prefeito também afirmou que mantém contato com os organizadores da Parada LGBTQ+ e da Marcha para Jesus, que foram adiados para novembro.
"Seguimos conversando com organizadores de dois outros grandes eventos, que são a Parada LGBTQ+ e a Marcha para Jesus, que deveriam ter acontecido, mas foram adiados para novembro. Seguimos conversando e, assim que tivermos uma posição, vamos divulgar."
O prefeito também mencionou a questão da abertura da avenida Paulista e minhocão aos finais de semana. Covas declarou que é uma medida mais rápida de ser tomada e não necessita de tanto planejamento. Mas ele disse que pelos números da pandemia nos próximos dias não há previsão de reabertura.
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