Nove são presos por cursinho pirata para concursos em fraude de R$ 65 mi
A Polícia Civil realizou na manhã de hoje uma ação simultânea em dois estados com o objetivo de desarticular um esquema de pirataria de cursos preparatórios para concursos. Chamada de Black Hawk, a operação cumpriu nove mandados de prisão e 19 de busca e apreensão no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.
Segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro, a associação criminosa controlava uma das maiores plataformas virtuais de cursos pirateados no Brasil. O grupo comercializava conteúdo para concursos inclusive na área de segurança pública, como para as Polícias Civil, Federal e Rodoviária Federal, além de carreiras fiscais e jurídicas.
Com a pirataria, o esquema causou um prejuízo de cerca de R$ 65 milhões aos detentores oficiais dos cursos. Além disso, o grupo, que é investigado pelos crimes de lavagem de dinheiro, associação criminosa, furto qualificado e violação de direito autoral, teria lucrado aproximadamente R$ 15 milhões.
Os mandados foram cumpridos nas cidades fluminense de Nova Iguaçu, Niterói, São Gonçalo, Saquarema e Araruama. Já em Minas Gerais, a ação foi realizada nos municípios de Juiz de Fora e Borda da Mata.
Além dos mandados, a operação também vai fazer o levantamento do patrimônio dos envolvidos no esquema. Com isso, a investigação visa identificar possíveis bens adquiridos com dinheiro ilícito e posteriormente pedir o sequestro judicial dos mesmos.
O inquérito ainda pretende identificar os compradores desses cursos pirateados. Eles podem responder pelo crime de receptação, com pena prevista de até quatro anos, e ainda podem ser desclassificados dos concursos nos quais obtiveram aprovação com a ajuda dos cursos.
Pirataria lucrativa
O esquema funcionava com a comercialização dos cursos no site do grupo criminoso com até 10% de desconto em relação às plataformas oficiais. O material didático custava originalmente entre R$ 10.000 e R$ 15.000.
Um dos alvos da operação de hoje, que mora em Minas Gerais, era quem quebrava a criptografia do sistema de transmissão de vídeos dos cursos e depois transferia o conteúdo para um banco de dados próprio. Dele, os cursos pirateados eram oferecidos em outras plataformas virtuais.
Segundo a investigação, o responsável pela plataforma pirata usava parentes como laranjas para ocultar movimentações financeiras do esquema. Um salão de beleza da mãe do suspeito, por exemplo, teve movimentação bancária de cerca de R$ 1,5 milhão e ganhou aproximadamente R$ 500 mil em operações na bolsa de valores, num forte indício de lavagem de dinheiro.
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