Bebê vence a covid-19 após perder irmão gêmeo e já aprende a mamar em AL
A jovem Carla Vitória, 21, está morando há três meses e meio no Hospital Universitário, de Maceió. Agora ela está cuidando de seu filho que nasceu prematuro em maio, curou-se covid-19 e agora aprende a mamar. Ao mesmo tempo, ela precisou nesse período vencer a dor de perdido um de seus dois filhos gêmeos —que nasceram com o novo coronavírus.
No dia 22 de abril, Carla —que é estudante de enfermagem e trabalha como telemarketing— deu entrada no hospital, de onde ainda não saiu. Grávida de 28 semanas, ela apresentava a forma grave da covid-19 e precisou ficar três dias internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). "Tive muita falta de ar, mas não precisei ser intubada, fiquei só recebendo oxigênio e fazendo dos antibióticos para limpar o pulmão", lembra.
Dez dias depois de chegar ao hospital, veio o parto prematuro. Os bebês nasceram com 600 gramas cada, com covid-19 e precisaram de tratamento intensivo. João Marcelo e Benjamin lutaram pela vida, mas Benjamin morreu dois dias após nascer.
João Marcelo iniciou um tratamento e conseguiu superar a doença. Há uma semana, ele deixou a terapia intensiva e está junto a Carla na enfermaria Mãe Canguru, onde mãe e filho ficam juntos o tempo inteiro.
Hoje, ele está com quase dois quilos, ganhando peso e com crescimento esperado. Para que deixem o hospital, mãe e filho precisam apenas que João Marcelo aprenda a mamar. "Só falta isso, porque ele já está curado da covid-19. Mas como passou trés meses comendo pela sonda, ele não consegue deglutir. Aí estamos trabalhando muito esse aprendizado dele com a fonoaudióloga e a fisioterapeuta", afirma.
A dor da perda e força para seguir
Carla conta que a mistura de sensações foi uma máxima durante o período em que enfrentou a covid-19. "Ninguém se cura quando perde um filho. A gente aprende a conviver. Mas eu tenho outro que luta todos os dias pra ficar comigo e eu tenho que ser forte todos os dias por ele."
Desde que chegou ao hospital, ela enfrenta desafios. O pai de João Marcelo não pôde ver o filho porque as visitas no local estão suspensas. "Ele só vê por vídeo chamadas e fotos. Proibiram a entrada de visitas e acompanhante. Só fica com acompanhante quem é menor de idade", diz.
Por conta da doença, Carla teve de pausar sua vida profissional. "Eu tenho um emprego, e minha licença-maternidade já está acabando. No dia 20 termina, mas se eu tiver aqui ainda pego atestado", completa.
Quando deixar o hospital, a estudante já sabe o que espera. "Quero cuidar dele o máximo possível e torná-lo uma criança feliz! Depois de todo esse sofrimento dele, o mínimo que ele merece é ser bem tratado", finaliza.
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