Mãe de jovem morto pela PM diz que não pôde socorrê-lo e não quer ver vídeo
A mãe de Rogério Ferreira da Silva morto durante uma abordagem da Polícia Militar no fim de semana, no dia em que completou 19 anos, não conseguiu ver o vídeo em que seu filho é baleado. Em entrevista à TV Globo, ela disse que não quer ver as imagens, fortes, e contou que foi impedida de socorrer o filho.
Durante o Encontro, com Fátima Bernardes, ela descreveu o que aconteceu no domingo: "Era o aniversário de 19 anos, ele saiu só pra dar uma volta do lado de casa, como ele fazia de costume, todos os domingos. Era a moto de um amigo, que emprestou para ele, eles são praticamente irmãos".
Ela então foi surpreendida por um amigo do filho e correu para o local, mas foi mantida longe do filho, que já estava no chão, baleado.
"Um dos amigos dele chegou aqui gritando desesperado. Quando saímos na janela ele falou: 'Corre, corre, a polícia atirou no Rogério'. Saímos correndo, quando chegamos lá estava o bairro inteiro, para ajudar a socorrer. Mas eles não deixaram socorrer o meu filho", afirmou Roseane.
"Eles me impediram [de me aproximar], eu implorei, implorei, pedindo para socorrer ele. Falaram que o resgate estava vindo, mas nunca chegou. Depois de 30, 40 minutos, eles viram que não ia dar, a população queria socorrer. Um vizinho botou no carro, fomos para o PS, mas quando chegamos lá ele já estava sem vida", acrescentou a mãe de Rogério, que era barbeiro e atualmente trabalhava como operador de empilhadeira em uma empresa de logística. "Eles não falaram nada, nada. Não deram explicação nenhuma, só [falaram] para não encostar e não chegar perto."
Sobre as imagens, ela disse não ter intenção de ver, mas prometeu lutar por justiça - Roseane afirmou que ainda não foi ouvida pela polícia.
"Eu não vi [os vídeos], eu não quero ver. [Quero] Que a Justiça seja feita. Eu prometi para o meu filho, no IML, que eu ia lutar por Justiça. Porque dessa vez eles erraram feio, meu filho era inocente de tudo. A paixão dele era andar de moto, e ele morreu em cima de uma", lamentou ela. "Meu filho nunca viu uma arma, nunca pegou em uma arma, era um menino inocente de tudo."
Na segunda-feira houve uma manifestação contra a morte do jovem.
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