Deputada Flordelis fala em inocência e diz não estar preparada para prisão
A pastora e deputada federal Flordelis dos Santos de Souza (PSD-RJ), de 59 anos, suspeita de envolvimento no assassinato do marido, Anderson do Carmo, falou em inocência e disse não estar preparada para a prisão, durante entrevista concedida ao jornalista Roberto Cabrini, do SBT.
A deputada foi denunciada pelo MP-RJ e pela Polícia Civil na última segunda-feira (24) como a mandante do crime. Por ter imunidade parlamentar, ela não foi presa.
"Não [não estou preparada para ser presa]. E não vou ser, porque eu sou inocente e tenho certeza que a minha inocência será provada nos próximos dias", disse ela, em sua casa, em Niterói (RJ). "Eu não matei. Eu não fiz isso do que estão me acusando. Eu não fiz. Não é real, não é verdade. É uma injustiça", afirmou, em seguida.
Ainda durante a entrevista, Flordelis chorou e disse amar o marido assassinado. "Eu amo o meu marido até hoje. Eu preciso saber quem mandou matar o meu marido. Eu não sei [quem mandou matá-lo]. Se eu soubesse, eu falaria aqui, agora. Quem mandou matar o meu marido está desgraçando com a minha vida."
Questionada sobre arrependimentos, ela afirmou. "Eu me arrependo de não ter entrado com ele [na garagem, onde recebeu vários tiros]. Eu não sabia que isso iria acontecer".
Denúncia contra 11 pessoas
Além de Flordelis, outras dez pessoas foram denunciadas pelo crime - todas estão presas. A polícia apura se outros filhos de Flordelis, além dos já denunciados, estavam no crime. A deputada tem 55 filhos, entre adotados e biológicos.
De acordo com o delegado Allan Duarte, a primeira fase da investigação identificou Flávio dos Santos Rodrigues, filho biológico da deputada, como executor do crime e Lucas César dos Santos, filho adotivo do casal, como a pessoa que comprou a arma utilizada no assassinato.
Segundo a investigação, Flordelis planejou o homicídio e foi responsável por arregimentar e convencer o executor direto e demais acusados a participarem do crime sob a simulação de ter ocorrido um latrocínio.
A deputada também financiou a compra da arma e avisou da chegada da vítima no local em que foi executada, segundo a denúncia.
O motivo do crime seria o fato de a vítima manter rigoroso controle das finanças familiares e administrar os conflitos de forma rígida, não permitindo tratamento privilegiado das pessoas mais próximas a Flordelis em detrimento de outros membros da família.
O que diz a defesa
Desde o começo das investigações, Flordelis nega participação no crime. O advogado Maurício Mayr disse acreditar na inocência dela no caso.
"A deputada desde o início desse segundo inquérito foi tratada como testemunha, vindo a ser indiciada agora no final e denunciada. Ela figurava como testemunha na ocasião e não atrapalhou as investigações", afirmou no dia da denúncia.
Já o advogado dos cinco irmãos presos e da neta, Luiz Felipe Alves, disse que a decisão foi genérica e não considerou a "individualização quanto à real e efetiva necessidade de prisão cautelar para cada um dos acusados".
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