Turistas driblam barreira sanitária para curtir praias no Espírito Santo
O balneário de Guarapari, na região metropolitana de Vitória, liberou o acesso às praias durante o 7 de Setembro. Mas os visitantes que chegam de vans, micro-ônibus e ônibus de turismo são barrados nas entradas da cidade capixaba. Várias pessoas, contudo, arrumaram jeitos para driblar a medida e curtir o feriadão no mar.
Valéria Ferreira, 33, não quis ser fotografada, mas aceitou ser entrevistada. Moradora de Belo Horizonte, ela veio com a família de van. O veículo parou na entrada da cidade, na BR-101.
"Pegamos um uber na rodoviária e fomos até a Praia do Morro. A van ficou lá na BR. Eu não sou a única, sei que isso é errado. A gente já tinha programado passar o feriado em família aqui, como fazemos sempre, não dava para voltar", contou a professora.
Um grupo de 12 amigos usou a mesma estratégia. Pedro Ferreira afirmou ter sido surpreendido com o bloqueio. "Tivemos que decidir: fazíamos isso ou voltávamos para Ipatinga (MG). Decidimos ir de uber para o apartamento de um dos meninos", diz.
A família do médico veterinário Bernardo Cerqueira chegou de carro, um dia antes de a barreira ser instalada. Vieram de Itaperuna, no interior do Rio. Para ele, a entrada deveria ser proibida para todos. "Se não pode para um, não pode para ninguém. Eu não sabia da barreira, cheguei antes, mas deveria valer para todos, sem exceção. Com a praia liberada, viemos curtir."
Outro grupo usou um carro de passeio para sair de Mutum (MG). Conseguiram passar pela barreira sem problemas. O líder da turma, Adalone Coutinho, disse que sempre vai a Guarapari com os amigos. "Ainda bem que existe Guarapari. Viemos tranquilos, para curtir o final de semana e o feriado. Sempre estamos aqui, já perdemos as contas."
Fiscalização atua 24 horas nas barreiras
Fiscais do município têm atuado 24 horas por dia para manter a barreira sanitária. A decisão do bloqueio foi feita exatamente para evitar a grande massa de turistas. O secretário municipal de fiscalização, Luiz Cardoso Filho, afirma que a medida dará resultado. "É uma medida que diminui a aglomeração de pessoas e a movimentação de grandes grupos de turistas durante a pandemia", afirmou.
Questionado sobre o "jeitinho" para contornar a barreira, disse não ter visto esse tipo de problema. "Até o momento não registramos a entrada desse tipo de veículos. Houve um aumento significativo de pessoas na cidade, porém, para um feriado prolongado, é um número mais baixo do que geralmente a cidade recebe. As equipes têm verificado que, mesmo com esse aumento, não há ocorrências de aglomerações."
Até ontem, as praias de Guarapari estavam fechadas para banho. A prefeitura tinha liberado apenas a prática esportiva na orla e na areia. O prefeito Edson Magalhães (PSDB) definiu, no final da tarde de ontem, que os locais estariam liberados para banho durante o feriado.
A secretária de Turismo, Letícia Regina Souza, disse que o primeiro dia foi tranquilo, dentro do esperado. "Tomamos essa decisão com muita cautela e receio, mas tudo correu tranquilo na cidade. Nossos agentes de posturas estavam orientando os banhistas sobre o uso de máscaras e distanciamento. É uma responsabilidade de todos e cada um precisa respeitar as recomendações de biossegurança."
O município de Guarapari hoje está classificado como de risco moderado. Há 2.925 casos confirmados de covid-19, 2.582 recuperados e 103 mortes pela doença.
"Vamos manter as barreiras até acontecer a classificação para risco baixo. Esse é um ensaio para saber como vamos reagir durante o verão. Temos que flexibilizar de forma consciente", finalizou a secretária.
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