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Morte de jovens em cachoeira de 30 metros em SC foi acidental, diz polícia

Bruna Vellasquez (à esquerda) e Monique Medeiros (à direita) morreram após caírem de uma cachoeira, em Lages - Reprodução/Redes Sociais
Bruna Vellasquez (à esquerda) e Monique Medeiros (à direita) morreram após caírem de uma cachoeira, em Lages Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Hygino Vasconcellos

Colaboração para o UOL, em Porto Alegre

14/10/2020 10h34

A morte de duas jovens em uma cachoeira de 30 metros em Lages (SC) foi acidental, aponta inquérito da Polícia Civil de Santa Catarina concluído ontem. O caso aconteceu em 13 de setembro. Bruna Rafaela Vellasquez, 18, e Monique Medeiros de Almeida, 19, entraram para tomar banho e acabaram escorregando nas pedras. Uma tentou ajudar a outra, mas as duas caíram da cachoeira.

Para chegar a conclusão de morte acidental, o delegado Raphael Quagliato Bellinati levou em conta a perícia no local, os laudos de necropsia e ainda o depoimento de duas testemunhas, amigos das jovens, que estavam no local no momento do acidente.

O laudo da necropsia indicou politraumatismo em Bruna e Monique. Segundo o delegado, não foi possível afirmar se as lesões foram do choque com as pedras ou ao bater na água - mas o mais provável é que tenha sido da primeira situação.

Durante a investigação, a polícia considerou diferentes hipóteses: suicídio, responsabilização do Estado ou município, omissão de socorro e até de alguém tê-las instigado a chegar ao local, colocando-as em risco. Todas estas hipóteses foram sendo descartadas, uma a uma, até chegar a de morte acidental.

A possibilidade de suicídio foi uma das primeiras a serem desconsideradas, já que as jovens não tinham problemas financeiros ou de saúde e estavam "bastante felizes e alegres" - segundo relataram seus familiares ao delegado.

A investigação não apontou responsabilização do Estado ou município, já que o acesso à cachoeira se deu por uma propriedade particular. Na entrada da Celesc (Centrais Elétricas de Santa Catarina) há placas sinalizando o risco de morte. Entretanto, não foi por onde eles acessaram.

Também não foi verificado omissão de socorro ou que alguém tenha as colocado em uma armadilha, deixando-as em risco. "Os amigos delas, muito pelo contrário, um deles alertou: 'o local é escorregadio, acho bom voltar'. Ele mostrou bastante coerência no depoimento. Eles retornaram para a beira do rio e elas permaneceram mais 10 minutos. Quando estavam retornando, escorregaram. Foi uma fatalidade", detalhou o delegado ao UOL.

Bellinati ainda observou que é "de praxe" instaurar inquérito para mortes violentos, apesar de todos os indícios apontarem um acidente. Agora, o procedimento está com a Justiça que pode pedir vistas ao Ministério Público, que pode se manifestar pelo arquivamento, oferecimento da denúncia ou por mais investigações sobre o caso.