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Mãe diz que filho de 1 ano se 'automutilava', é presa e confessa agressões

Caso foi descoberto na tarde de ontem quando menino de um ano e quatro meses deu entrada no hospital; segundo a polícia, mãe da criança confessou as agressões e não demonstrou arrependimento - iStock
Caso foi descoberto na tarde de ontem quando menino de um ano e quatro meses deu entrada no hospital; segundo a polícia, mãe da criança confessou as agressões e não demonstrou arrependimento Imagem: iStock

Luan Martendal

Colaboração para o UOL, em Florianópolis

05/11/2020 12h12

A Polícia Civil prendeu em flagrante um casal suspeito de espancar um menino de um ano e quatro meses em Salto (SP). A ocorrência foi registrada por volta das 16h30 de ontem, quando a criança deu entrada na emergência do Hospital e Maternidade Nossa Senhora do Monte Serrat com hematomas pelo corpo.

Hoje, mãe e padrasto passam por audiência de custódia que pode transformar a prisão em flagrante em preventiva, enquanto o bebê foi transferido para um hospital de Sorocaba (SP) e segue internado sem previsão de alta.

De acordo com a delegada Ana Maria Gonçales Sola, titular da Delegacia da Defesa da Mulher do município, as agressões teriam ocorrido entre a noite da última terça-feira (3) e a tarde de ontem. Em seu primeiro depoimento à polícia, a mãe da criança, de 21 anos, chegou a dizer que o filho se automutilava e sofria de uma doença, segundo a qual, quando chorava muito, os olhos e a boca inchavam e sangravam.

A versão, no entanto, não se sustentou devido à pouca idade da criança e a gravidade dos ferimentos. Segundo a delegada, a criança precisou levar cinco pontos por conta de um corte na boca, apresentava dificuldade para respirar, estava com olhos inchados e sangrando, possuía sinais de esganadura e tinha um trauma na cabeça. Confrontada com os fatos, a mãe confessou a agressão e disse que o motivo da agressão era o choro da criança.

"A mãe não se mostrou arrependida das agressões contra o filho. Nem eu mostrando as fotos que foram tiradas da criança no hospital, ela não demonstrou arrependimento, em momento algum", contou a delegada em entrevista ao UOL.

Tentativa de homicídio

Para a polícia, a mãe não agiu sozinha. "Ela tentou encobrir a participação do companheiro e padrasto da criança, de 30 anos, porque ele está em condicional desde o dia 4 de maio deste ano. Mas testemunhas informaram que os gritos e choros da criança eram constantes", afirma a delegada.

Apesar de o fato ter chegado ao conhecimento das autoridades nesta semana, o testemunho da vizinhança pode indicar que essa não foi a primeira vez que os fatos ocorreram. Os dois foram indiciados por tentativa de homicídio.

Além do indiciamento policial, o Conselho Tutelar informou por meio de nota que vai encaminhar o caso ao Ministério Público e ao Conselho Tutelar de Itu (SP), cidade onde mora o pai biológico da criança.

Segundo o Conselho, duas conselheiras tutelares foram até o hospital para entender a situação e acompanhar o estado de saúde da criança assim que foram acionadas pelo serviço social da instituição.

O órgão municipal informou ainda que entrou em contato com o pai da criança e entregou a ele um Termo de Responsabilidade, depois que o homem manifestou interesse em ficar com a guarda do filho. Conforme o órgão de proteção, a criança foi transferida para um hospital de Sorocaba (SP) e seguia internada até a manhã de hoje.