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AP: 13 cidades têm novo apagão; macapaenses relatam eletricidade instável

Protesto de moradores em rua de Macapá após apagão na cidade e que atinge outros municípios do Amapá - GABRIEL PENHA/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Protesto de moradores em rua de Macapá após apagão na cidade e que atinge outros municípios do Amapá Imagem: GABRIEL PENHA/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Juliana Arreguy e Gabriel Dias

Do UOL, em São Paulo, e colaboração para o UOL, em Macapá

17/11/2020 21h19Atualizada em 18/11/2020 00h01

O Amapá teve um novo blecaute na noite de hoje. Por volta de 21h, um apagão atingiu 13 cidades do estado, incluindo a Região Metropolitana de Macapá. São os mesmos municípios já afetados pelo apagão anterior.

Segundo relatos de alguns moradores em grupos do WhatsApp, em alguns bairros de Macapá a eletricidade "fica indo e voltando" a todo momento. Por volta as 23h20, a energia começou a retornar gradativamente.

Procurado pelo UOL, o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) disse que inspeciona linhas e subestações para identificar a causa da ocorrência. A CEA (Companhia de Eletricidade do Amapá) afirmou que ainda não há informações sobre o que pode ter causado a falha.

Desde o dia 3 de novembro, o estado enfrenta problemas com o fornecimento de luz —a subestação de energia elétrica da capital Macapá pegou fogo e provocou um blecaute em 13 dos 16 municípios. A energia começou a ser restabelecida no dia 7, mas em regime de rodízio.

As primeiras informações apontavam que o novo apagão teria ocorrido em função da sobrecarga no transformador da subestação de Macapá.

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou à colunista do UOL Carla Araújo que o sistema está "sendo reenergizado e gradativamente a energia retornará".

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) cobrou de autoridades um esclarecimento sobre o ocorrido.

"Estamos novamente com apagão total no Amapá. É urgente um esclarecimento das autoridades responsáveis sobre o que aconteceu neste momento.", escreveu ele no Twitter.

O senador apresentou um projeto para criação de um fundo que reúna doações e recursos de ações na Justiça para compensar financeiramente a população afetada pelo apagão no Amapá.

Randolfe afirmou que a iniciativa tem por objetivo auxiliar quem sofreu com problemas decorrentes da privação de energia elétrica ou mesmo com o rodízio de luz: fome, eletrodomésticos estragados, estoques de comerciantes perdidos e problemas de saúde após beber água suja ou contaminada.

Em nota, o ONS informou que o novo desligamento ocorreu às 20h31 e que trabalha para o restabelecimento total e investiga as causas do incidente.

"O transformador da subestação Macapá não apresentou problema, a UHE Coaracy Nunes está gerando energia e a CEA, distribuidora local, está inspecionando as linhas e subestações para identificar a causa da ocorrência", diz trecho da nota.

A Eletronorte afirmou, em comunicado, que o desligamento ocorreu na Usina Hidrelétrica de Coaracy Nunes em decorrência de um "evento externo".

"Os técnicos da Eletronorte reestabeleceram a geração na usina e o fornecimento de energia está sendo reestabelecido gradualmente pela Companhia de Eletricidade do Estado do Amapá (CEA) e o Operador Nacional do Sistema Elétrico".

Na rede social, internautas reclamaram e questionaram os motivos de mais um apagão.

Empresa informou Aneel, que nega falha em fiscalização

A LMTE (Linhas de Macapá Transmissora de Energia) —empresa responsável pela subestação incendiada— avisou a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) em abril que teria dificuldades para lidar com eventuais falhas no serviço em virtude da pandemia, afirmou Randolfe Rodrigues em audiência virtual da comissão mista que acompanha ações relacionadas à covid-19 no Congresso Nacional.

"Em 7 de abril, o senhor Evandro Cavalcanti, diretor da LMTE, encaminhou ofício para a Aneel e para o Operador Nacional do Sistema [Elétrico] dizendo o seguinte: que eventuais impactos da pandemia na prestação de serviço público poderiam afetar as obras em andamento e a prestação de serviços de operação e manutenção sob responsabilidade da LMTE", disse Randolfe.

No ofício, o diretor da empresa também teria notificado preocupação e queria resguardar o direito da concessionária em relação a possíveis efeitos, como penalidades ou redução de receitas decorrentes de eventos que não sejam possíveis de evitar ou impedir com eventuais falhas ou atrasos no serviço, apontou o parlamentar.

O próprio diretor da Aneel, André Pepitone da Nóbrega, confirmou que a LMTE enviou um documento à agência sobre o assunto, assim como outras empresas, mas negou que tenha ocorrido falhas de fiscalização.