Motorista do caminhão só tinha habilitação para dirigir carro, diz polícia
Amigos e parentes de Geison Machado Gonçalves, de 22 anos, fizeram um cortejo com caminhonetes, hoje, para homenageá-lo, em Castro, no Paraná. Gonçalves dirigia o caminhão que se envolveu no acidente com um ônibus, ontem, na Rodovia Alfredo de Oliveira Carvalho (SP-249), na região de Taguaí, interior de São Paulo. Ele foi sepultado hoje, na cidade paranaense.
A delegada Camila Rosa Alves, responsável pelas investigações sobre as causas do acidente, diz que Gonçalves não tinha documentação para dirigir caminhões. A CNH (Carteira Nacional de Habilitação) dele era categoria B, autorizada apenas para carros.
O empresário Rafael Moraes Machado, 25 anos, primo de Gonçalves, não quis falar sobre esse assunto. De acordo com ele, Gonçalves sempre gostou de "veículos grandes e estradas" e "herdou do pai essa paixão". "Ele era fã de caminhonetes, tinha uma, por isso preparamos essa homenagem", contou ao UOL. "Meu primo tinha planos, sonhos e estava empolgado com tudo de bom que estava acontecendo na vida dele, inclusive a gente falou sobre isso semana passada."
Machado diz que o pai de Gonçalves também morreu em um acidente envolvendo um caminhão, em julho de 2018, em Bernardino de Campos, no interior de São Paulo. Geraldo Machado tinha 52 anos e saiu do próprio veículo para verificar o local onde iria estacionar. O freio soltou e ele teve a perna esmagada.
Na sua última viagem, Gonçalves saiu de Florestópolis, no Paraná, junto com um colega que o acompanhava. Eles seguiam para Taquarituba, São Paulo.
O caminhão em que eles estavam se envolveu em uma batida com um ônibus, entre Taguaí e Taquarituba. A Polícia Militar trata o acidente como o maior do ano. O Corpo de Bombeiros de Piraju recebeu o chamado antes das 7h de ontem. Gonçalves e outras 40 pessoas morreram. O passageiro do caminhão teve apenas escoriações.
Ônibus transportava funcionários de empresa têxtil
O ônibus levava funcionários de uma empresa têxtil, a Stattus Jeans, para o trabalho. O advogado da fábrica, Emerson Fernandes, afirmou ao UOL que o ônibus era uma espécie de "lotação" contratada pelos próprios funcionários, sem ligação direta com a empresa.
A Star Fretamento e Locação Eirelli EPP, responsável pelo ônibus, emitiu nota dizendo estar prestando auxílio para as vítimas e afirmou que toda a documentação do veículo está em situação legal. Porém, de acordo com a Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo), a Star não possui registro para transporte de passageiros e roda ilegalmente desde outubro de 2019.
A Polícia Civil de São Paulo aguarda laudos técnicos para esclarecer as causas do acidente e afirma que também apura versões conflitantes apresentadas pelo motorista do ônibus, por um caminhoneiro que teria sido ultrapassado pelo ônibus e pelo passageiro sobrevivente do caminhão envolvido no acidente.
De acordo com a polícia, a versão apresentada pelo motorista do ônibus é de que o freio do veículo falhou e ele teve de alterar a direção para tentar evitar algo pior. Já as versões do caminhoneiro que teria sido ultrapassado pelo ônibus e do passageiro sobrevivente do caminhão são semelhantes: apontam que o ônibus tentou ultrapassar em área proibida. O trecho onde ocorreu o acidente tem bastante curvas e faixa contínua.
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