Médico suspeito pela morte de ex-passista é preso antes de nova cirurgia
A Polícia Civil do Rio prendeu hoje o médico Antônio Santo Marchesan, suspeito de ser o responsável pela morte da ex-passista Erika Cristina Santos Pereira, de 41 anos. A paciente morreu no último sábado (12), após realizar dois procedimentos estéticos dentro de casa, um no abdômen e outro nos seios.
O delegado André Neves, responsável pelas investigações sobre o caso, disse que Marchesan confirmou a realização das intervenções em Erika.
"O médico teve seu registro cassado em 2008 e continuou exercendo a profissão clandestinamente. O autor foi preso no Centro de Duque de Caxias quando se preparava para realizar uma cirurgia estética em outra paciente. Ele realizou centenas de cirurgias irregularmente, sem qualquer tipo de segurança hospitalar, dentro da residência dos próprios pacientes", disse o delegado.
Os policiais apreenderam centenas de materiais cirúrgicos, como seringas, agulhas, gazes, medicamentos, tesouras, bisturis, além de anestésicos utilizados nos pacientes. Parte dos itens estava numa mala encontrada com Marchesan. Na casa do suspeito, outra mala foi encontrada com mais material.
Marchesan tem 34 anotações criminais por diferentes tipos de crime e responde pela morte de 3 pessoas, inclusive a de uma criança. De acordo ainda com a polícia, há 20 processos administrativos abertos contra o médico no Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj).
Ele vai responder por homicídio e exercício ilegal da profissão.
Médico respondia em liberdade
Em setembro deste ano, o médico Antônio Marchesan já havia sido preso, após a polícia fechar uma clínica de estética clandestina em Bonsucesso, na zona norte da cidade.
Ele foi solto por determinação da Justiça e aguardava o julgamento em liberdade. De acordo com o delegado, André Luiz, o médico confirmou a realização dos procedimentos, mas não quis falar em depoimento.
"Ele disse que falaria apenas na presença do juiz", disse o delegado. O médico cassado tem registro na polícia por falsidade ideológica, lesão corporal e estelionato.
Relembre o caso
Erika Cristina passou por dois procedimentos médicos na casa onde morava, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. As intervenções foram realizadas duas semanas antes de a mulher ser internada. No último sábado, Erika deu entrada na UPA de Caxias, já em estado grave. Segundo a unidade, ele teve um choque séptico e morreu quase duas horas após dar entrada na emergência. Ela teve uma parada cardiorrespiratória. O marido de Erika confirmou à equipe médica que a mulher havia feito procedimentos estéticos dentro de casa.
Scheila Pereira, mãe de Erika, conversou com o UOL, e disse que a filha tinha preocupações em excesso com o corpo. Segundo ela, o médico de confiança da família já havia negado a possibilidade de a ex-passista realizar novos procedimentos.
"Minha filha era esteticista profissional, tinha um médico de confiança que chegou a dizer para ela que não faria mais nada [intervenção cirúrgica no corpo]. Isso era uma doença, um vício", afirmou a mãe.
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