Juíza morta por ex abriu mão de escolta: 'Achou que perigo havia passado'
A juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, assassinada pelo marido ex-marido Paulo José Arronezi na última quinta-feira (24), teria aberto mão de escolta policial por acreditar que "o perigo havia passado". De acordo com entrevista de uma amiga da vítima dada ao jornal O Globo, a juíza deixou o esquema de proteção havia um mês por se sentir incomodada com a presença permanente de seguranças.
"Viviane era uma mulher forte, independente financeiramente e reservada. Estava refém de um relacionamento que demonstrava ser fatal. Ela procurou os órgãos oficiais, fez um registro de ocorrência e chegou a pedir uma escolta, mas pode ser que tenha achado que o perigo havia passado. Queria preservar as filhas", contou a juíza Simone Nacif.
Andréa Pachá, escritora, juíza e também amiga da vítima, ainda afirmou que o silêncio marca muitos casos de feminicídio.
"Essa violência ocorre em todos os locais e classes sociais. E o silêncio não é só por medo, mas pela convicção de que é possível reverter a situação com racionalidade."
O casamento entre Viviane e Paulo José durou 11 anos e terminou em 2020. Segundo a Polícia Civil, em setembro, Viviane já havia feito um registro de lesão corporal e ameaça contra o ex-marido.
De acordo com O Globo, a juíza acreditou que o ex-marido havia aceitado a separação e deu uma carona para que ele pudesse visitar as filhas. Entretanto, os dois se envolveram em uma discussão e ela foi ameaçada de morte. Após o episódio, Viviane solicitou medidas protetivas.
Ela chegou a circular com escolta, mas pediu para que a proteção fosse retirada A escolta foi utilizada pela juíza somente nos meses de outubro e novembro. Depois, Viviane alegou que não era mais necessária a proteção.
O engenheiro Paulo José Arronenzi teve a prisão convertida em preventiva ontem à tarde pela juíza Monique Brandão, em audiência de custódia. Em seguida, ele foi encaminhado para a cadeia pública José Frederico Marques, em Benfica, zona norte carioca, porta de entrada do sistema prisional. Em seguida, será conduzido para uma unidade prisional no Complexo de Gericinó, em Bangu, na zona oeste da capital fluminense.
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