Topo

Esse conteúdo é antigo

Entregador persegue ladrão, recupera pertences e recusa gorjeta no Rio

Diego Batista Correia observou crime e perseguiu assaltante - Reprodução
Diego Batista Correia observou crime e perseguiu assaltante Imagem: Reprodução

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro

27/01/2021 18h30

O entregador de comida via aplicativo Diego Batista Correia, 27, viralizou na internet após perseguir um ladrão no bairro do Flamengo, na zona sul do Rio de Janeiro, e recuperar os pertences de uma motorista que foi assaltada com uma faca enquanto estava com o carro parado em um sinal de trânsito próximo à avenida Oswaldo Cruz, endereço nobre da cidade.

O caso ocorreu domingo, por volta de 21 horas. Hoje, Diego contou ao UOL que passou pelo veículo e viu um rapaz com a cabeça dentro do carro. Primeiramente, ele imaginou que seria um vendedor de balas ou paçocas. Desconfiado, ele parou próximo do veículo e observou que se tratava de um assalto. No carro, além da motorista, estavam duas passageiras.

Diego resolveu esperar para agir. Quando o assaltante saiu correndo, ele o perseguiu de moto — pela contramão — gritando "ladrão".

"Ela [motorista] estava em pânico com a faca no pescoço. [O assaltante] tomou os pertences dela, telefone e dinheiro e saiu correndo. Entrei na contramão e comecei a gritar 'ladrão'. Encurralei ele na parede de moto, ele tropeçou por cima da moto, quase caí também, só que ele jogou o telefone na rua. Eu parei para pegar e ele saiu correndo e sumiu. Eu voltei lá no local e a vítima estava no mesmo lugar. Eu devolvi o celular dela, os pertences e ela me agradeceu, quis me dar dinheiro, eu não quis, falei que poderia ter acontecido com a minha mãe", relatou.

Diego contou que ainda que não costuma sair de Laranjeiras, bairro vizinho ao Flamengo, para fazer entregas no Leme, outro bairro da zona sul. Segundo ele, foi graças a esse pedido que o motoboy conseguiu ajudar a família que estava sendo assaltada no trajeto dele.

"Acho que foi Deus mesmo que me colocou ali", concluiu.

Em agradecimento, a vítima do assalto contou o ocorrido na internet - o suficiente para a história repercutir. Uma moradora teve a ideia de fazer uma vaquinha para ajudar Diego que trabalha há dois anos como motoboy. Ele saiu de Vitória (ES) para trabalhar no Rio. Lá, ele deixou duas filhas. O sonho dele é oferecer um colégio de qualidade para as meninas estudarem.

Antes de ser entregador, o motoboy trabalhava como ajudante de cozinha em um restaurante do centro do Rio. Lá, ele teve a moto roubada e disse que, por isso, tem pavor de roubos.