Lava Jato apura pagamento supostamente intermediado por ex-tesoureiro do PT
A Polícia Federal deflagrou hoje a Operação Pseudeia, a 80ª fase da Operação Lava Jato. Trata-se de um desdobramento da Operação Acarajé (23ª fase), que investigou o marqueteiro do PT (Partido dos Trabalhadores), João Santana, por suposto recebimento de propina de empreiteiras. Segundo a PF, o investigado da operação de hoje recebeu pagamento ilegais após pedido de João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT.
Cerca de 15 policiais federais cumpriram cinco mandados de busca e apreensão no estado de São Paulo, sendo três na capital e dois na cidade de Pindamonhangaba. Ao todo, serão bloqueados e sequestrados valores no limite dos prejuízos identificados, apurados em R$ 5.261.100,00. O investigado na Operação Pseudeia, cujo nome não foi divulgado, responderá pela prática dos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção, dentre outros, contra o sistema financeiro nacional.
A Operação Acarajé, que deu início a essas investigações, revelou a existência de transferências ilegais feitas por um representante de estaleiro estrangeiro para agentes públicos, marqueteiros políticos e indivíduos não identificados. Um deles, que é alvo das medidas de hoje, assinou um contrato de consultoria ideologicamente falso, segundo a PF, e usou uma empresa offshore constituída em paraíso fiscal e de conta no exterior em seu nome.
Com isso, foram efetuados, em 2013, pagamentos na ordem de 1 milhão de dólares. Segundo delação premiada, os pagamentos foram feitos a pedido de João Vaccari Neto.
A PF ainda apura os motivos pelos quais o investigado foi favorecido por pedido do tesoureiro, bem como as razões para outras transferências bancárias no exterior identificadas em benefício do investigado. Também será rastreada a destinação dos valores que foram internados irregularmente no Brasil com o uso de doleiros.
A investigação policial recebeu o nome de Operação Pseudeia por se referir, no âmbito da mitologia grega, ao espírito da mentira, a qual faz alusão ao nome do investigado e ao emprego de expedientes falsos para justificar os recebimentos de valores no exterior.
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