PMs são presos após homem desaparecer ao entrar em viatura em SC
Os dois policiais militares investigados pelo desaparecimento de Diego Scott, de 39 anos, tiveram a prisão preventiva decretada anteontem pela Justiça de Santa Catarina. Eles respondem a um inquérito por homicídio na Polícia Civil após Diego entrar na viatura durante uma ocorrência e sumir. O caso ocorreu em 15 de janeiro, em Laguna (SC), a 130 km de Florianópolis.
Os agentes da Polícia Civil cumpriram o mandado de prisão no mesmo dia, no endereço dos investigados, em Laguna. O pedido da detenção dos PMs foi ingressado pelo Ministério Público.
Ambos os policiais estavam afastados desde o início de fevereiro devido às investigações, mas o MP sustentou a necessidade da prisão porque "os dois estariam interferindo nas investigações — subtraindo provas e ameaçando ou coagindo testemunhas — e devido aos indícios de autoria já coletados nas investigações quanto a crimes como abuso de autoridade, prevaricação e outros".
No pedido, o MP ainda revelou que "as investigações constataram que os suspeitos teriam eliminado eventuais provas em seus aparelhos de telefone celular, além de terem desligado o tablet e as câmeras da PM por um período após a detenção".
Segundo o Ministério Público, os equipamentos deveriam estar ligados durante toda a ação policial para "permitir a fiscalização das operações por meio do registro de imagens e de dados, como localização e horários das atividades".
Um dos PMs está há sete anos na corporação, enquanto o outro estava há 30 dias, antes do desaparecimento. Nenhum deles respondia a inquéritos internos.
A reportagem do UOL entrou em contato com o advogado Luis Fernando Nandi Vicente, que atua na defesa dos militares. Ele prometeu se posicionar ainda hoje sobre o ocorrido.
O desaparecimento
De acordo com a Polícia Civil, Diego Scott teria sido denunciado por parentes após uma agressão leve contra o pai. Durante o atendimento, os militares levaram o homem para lugar incerto dentro da viatura, o que foi registrado por uma câmera de segurança.
As imagens fizeram os policiais caírem em contradição. O UOL teve acesso ao boletim de ocorrências registrado pela dupla. Nele, é informado que "Diego não estava presente no momento" que a denuncia era atendida.
Após a Polícia Civil ter acesso às imagens, os militares mudaram o depoimento, relatando que deixaram Diego em uma região de mata de Laguna. Eles não teriam citado agressões, mas a investigação já trabalha com a hipótese de homicídio.
Os parentes sustentam que os policiais agrediram a vítima e o deixaram em uma região de mata já sem vida e que retornaram dias depois para se livrarem do corpo.
O caso também é apurado pela Corregedoria da PM de Santa Catarina. Em nota, a corporação afirma que "busca a verdade e preza pela correção das atitudes". "Em conjunto com as demais forças de Segurança do Estado, a PMSC está apurando o fato com base na legislação vigente, fazendo buscas para tentar encontrar o homem desaparecido e mantendo contato com a família", completa.
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