Fóssil de crocodilo que 'competia' com dinos é achado no interior de SP
Pesquisadores de paleonteologia descobriram o que pode ser uma espécie desconhecida de crocodilo que viveu há 85 milhões de anos na região de General Salgado, no interior de São Paulo. Tudo graças a um fóssil que foi localizado em um sítio paleonteológico no início de 2021 na cidade.
A cabeça do crocodilo, pertencente à família dos baurusuquídeos era terrestre e era considerado um predador do topo da cadeia alimentar, disputando espaço com dinossauros, foi localizada durante trabalho de pesquisa chefiada por Fabiano Vidoi Iori, um dos paleontólogos mais experientes da região.
Ao UOL, ele explicou a importância da descoberta: "o trabalho está bem no comecinho e geralmente a gente faz a divulgação quando temos o trabalho científico concluído, que pode levar cerca de um ano".
Questionado sobre detalhes, o cientista explica que ainda não há muitas informações porque estão em fase de preparação. "A preparação é a remoção total da rocha e aí a gente faz a comparação osso a osso. Até agora eu consigo ver que ele é baurusuquídeos, da família de crocodilos predadores. Especificar se é uma espécie inédita ainda está um pouco cedo. E esse trabalho leva [pelo menos um] ano", garante.
O paleontólogo explica ainda as razões de o animal ser considerado um predador. "Thanos, que é um carnívoro da região, tinha 5,5 m. E essa espécie tinha até 4 metros, não era tão pequeno. O tamanho deles dava essa vantagem para ser predador", detalha.
Fabiano confirmou à reportagem que a descoberta é importante, mas relativamente comum na região, já que o local é rico em fósseis. "General Salgado é conhecido mundialmente e, às vezes a gente da região não tem essa noção. Já foram localizadas quatro espécies de crocodilos carnívoros e duas de crocodilos herbívoros", finaliza.
O fóssil foi levado ao Museu de Paleonteologia Pedro Candolo, que fica no município de Uchoa, também no interior de São Paulo. O Museu está fechado ao público por conta da pandemia do coronavírus, mas pesquisadores já iniciaram estudos diversos no fóssil.
Segundo a direção do local, o trabalho deverá levar pelo menos um ano e, só a partir daí, a descoberta ficará disponível para visitação do público. Além disso, não há prazo para que o local reabra para visitação.
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