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Três jovens morrem em ataque a tiros a condomínio em Maricá; 2 eram gêmeos

Thiago e o irmão gêmeo Daniel morreram no ataque a tiros - Reprodução/Instagram
Thiago e o irmão gêmeo Daniel morreram no ataque a tiros Imagem: Reprodução/Instagram

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio

02/03/2021 10h48Atualizada em 03/03/2021 14h25

Três jovens, dois deles irmãos gêmeos, foram mortos na noite de domingo (28) dentro de um condomínio do Minha Casa Minha Vida, em Itaipuaçu, em Maricá - cidade da região metropolitana do Rio. O crime ocorreu no conjunto habitacional Carlos Marighella, o mesmo onde ocorreu uma chacina em 2018 - na ocasião, cinco jovens que participavam de projetos sociais foram mortos a tiros no local.

De acordo com a PM, a corporação foi acionada e, ao chegar no local, os jovens já estavam sem vida. As vítimas foram identificadas como Daniel e Thiago Marins, irmãos gêmeos de 23 anos. A terceira ainda não teve o nome divulgado.

Na ação, um quarto homem ficou ferido. Douglas Cavalcante Monteiro, de 22 anos, foi baleado na perna. O estado de saúde dele é considerado estável. "O paciente recebeu atendimento e está sendo avaliado para possível cirurgia ou transferência", informou a prefeitura de Maricá em nota.

Motivação desconhecida

"A motivação e autoria do crime são desconhecidas. As equipes isolaram a área e acionaram a Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí", informou a Polícia Militar.

Testemunhas disseram à polícia que homens armados chegaram em um carro e atiraram contra os jovens que estavam na área comum do condomínio. Ninguém foi preso.

Uma ex-vizinha dos irmãos gêmeos Daniel e Thiago, que pediu para não ter o nome divulgado por questões de segurança, disse que os jovens eram trabalhadores e não tinham envolvimento com o tráfico nem com a milícia.

"Só consigo pensar que estavam no local e na hora errada. Aquilo lá está muito perigoso. Moraram lá pois precisam. Todo mundo conhecia esses rapazes, tranquilos, eram até tímidos, na deles. Não tinham envolvimento com coisa errada".

O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí. Testemunhas já foram ouvidas.

Protesto

Moradores do condomínio onde o crime ocorreu protestaram na tarde de ontem por justiça. Os manifestantes colocaram fogo em pneus, bloquearam uma rua e levantaram cartazes e balões brancos como forma de protesto.

Chacina em 2018

Em março de 2018, cinco jovens foram mortos no mesmo conjunto habitacional do Minha Casa Minha Vida. O grupo foi surpreendido enquanto estavam na área comum do condomínio por homens em uma moto que efetuaram os disparos.

Os jovens davam aulas de hip hop para crianças de 8 a 10 anos. Ninguém foi preso, e as investigações apuravam o envolvimento de milicianos no crime.