Menino de 3 anos que morreu de covid-19 já havia sido salvo de afogamento
Os pais de Bernardo José Rivera, de 3 anos, tentam se agarrar às lembranças dos bons momentos com o filho para amenizar a dor da morte do menino por complicações da covid-19. A criança morreu na madrugada de quarta-feira (10), em Alumínio, cidade a 82 km de São Paulo, enquanto esperava uma vaga na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) para tratamento da doença.
A mãe do menino, Glaucia Silva Santos, que também é mãe de um menino de 8 anos, relata o quanto sonhou com uma segunda gestação, concretizada com a chegada de Bernardo.
"O Bernardo foi muito desejado, só Deus sabe o quanto eu quis ter esse segundo filho. Ele sempre foi muito esperto, cativante, tagarela e muito curioso. Estamos devastados e buscando forças para seguir. Não é a lei natural da vida os pais enterrarem um filho", diz a mãe.
Bernardo, que tinha a saúde debilitada devido a um acidente na piscina de casa, teve os primeiros sintomas da covid-19 no dia 28 de fevereiro, dois dias depois foi confirmado que o menino estava infectado pelo vírus. No dia 9 o menino foi internado no pronto-atendimento da cidade.
"Foi nesse pronto-atendimento que devolveram a vida ao meu filho quando ele se afogou, mas eu sabia que dessa vez seria diferente e que meu bebê dificilmente voltaria. Estávamos buscando vaga de UTI pra ele até em São Paulo, mas pedi a Deus que se fosse hora de leva-lo que não deixasse ele ser transferido e ir embora longe de casa", explica Glaucia.
A família relata que todos os cuidados para se proteger do vírus foram tomados, mas o pai, a mãe e mais dois familiares contraíram a doença. Um tio do menino morreu em fevereiro em decorrência de complicações da covid-19.
"Meu marido saía para o trabalho com todos os cuidados. Em casa, não recebíamos visitas, ninguém entrava calçado, temos álcool em gel em todos os cômodos e eu só saia de casa com o Bê para irmos aos médicos. Apesar de tudo isso esse vírus pegou nossa família", relata a mãe do menino.
Bernardo foi enterrado na quarta-feira. O menino é filho de José Rivera (PSB), que é vereador no município. A prefeitura de Alumínio decretou luto oficial de três dias pela morte da criança.
"Sei que ele estava sofrendo muito. Um anjo, não merecia ficar sofrendo mais e mais. Sei que ele partiu com permissão de Deus", desabafa Glaucia.
Afogamento em casa
De acordo com a família, Bernardo tinha a saúde debilitada devido a sequelas de um afogamento que aconteceu em 17 setembro de 2020, quando o menino caiu na piscina da própria residência. Devido à gravidade do acidente, Bernardo ficou três meses internado e atualmente tinha uma traqueostomia.
"O acidente dele aconteceu cinco dias antes do aniversário de 3 aninhos. Eu estava trabalhando e minha mãe cuidando dele e do nosso filho mais velho. Moramos em uma chácara, a piscina tem muro e portão. Sempre imaginei nossa casa o local mais seguro. Mas aconteceu. Meu maior medo no hospital era ele pegar esse vírus", recorda Glaucia, mãe do menino.
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