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Pastor que pediu massacre de judeus em culto é alvo de mandados no Rio

Polícia cumpre mandados para investigar pastor que pediu massacre de judeus - Divulgação/PF
Polícia cumpre mandados para investigar pastor que pediu massacre de judeus Imagem: Divulgação/PF

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro

12/03/2021 08h38

A Polícia Federal cumpre na manhã de hoje dois mandados de busca e apreensão contra o pastor Tupirani da Hora Lores, chefe da Igreja Pentecostal Geração Jesus Cristo, por um vídeo em que o religioso fala sobre um novo massacre ao povo judeu. A operação Shalon, nome escolhido porque faz alusão à paz, em hebraico, visa a combater a prática do crime de racismo contra judeus.

Agentes da PF foram à sede da igreja no bairro do Santo Cristo, na zona norte do Rio de Janeiro. Os mandados foram expedidos pela 8ª Vara Federal Criminal do Rio.

As investigações, tendo como o alvo o pastor, foram iniciadas em razão de vídeos publicados na internet no ano passado, nos quais ele, além de alimentar o ódio e a intolerância racial, clamou por um novo massacre, gerando repercussão internacional. Os jornais de Israel repercutiram a fala do pastor e uma organização social, Sinagoga Sem Fronteiras, entrou com denúncia na Polícia Federal.

pastor - Reprodução de vídeo - Reprodução de vídeo
Imagem: Reprodução de vídeo

O pastor pediu, durante um culto, que Deus massacrasse os judeus da mesma forma que foi feito na Segunda Guerra Mundial.

"Massacre-os, lance sua espada sobre a terra deles. Massacre os judeus, Deus. Esmaga como vermes e abate sua prepotência. Pisa neles, humilha- os (...) como fizeste na Segunda Guerra Mundial, justiça! Até hoje cospem na cara de Jesus Cristo", afirmou o pastor durante um culto.

Tupirani responderá pela prática, induzimento ou incitação à discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, quando cometido por intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza. A pena pode chegar a 5 anos de prisão e multa.

O pastor já havia sido preso e condenado pela prática e incitação à discriminação religiosa, em 2012. Na ocasião, o pastor pregava o fim das Igrejas Assembleia de Deus e praticava intolerância contra judeus, católicos e fiéis de outras crenças.

O UOL tenta contato com o pastor e a igreja e atualizará a reportagem quando houver um posicionamento.