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Justiça marca para abril audiência com Gabigol sobre presença em cassino

Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

22/03/2021 17h51

A Justiça de São Paulo marcou para 20 de abril uma audiência com Gabriel Barbosa, jogador de futebol do Flamengo, a respeito da presença dele em um cassino clandestino na madrugada de 14 de março. O ato desrespeitou regras para frear a pandemia do novo coronavírus, que já matou quase 300 mil pessoas no Brasil.

Conhecido como Gabigol, o atacante deverá dizer se aceita uma proposta de transação penal feita pelo MP-SP (Ministério Público de São Paulo). A Promotoria propõe que o atleta pague o equivalente a 100 salários mínimos por crime contra a saúde pública, com base no artigo 268 do Código Penal. O valor, de R$ 110 mil, seria destinado ao Fumcad (Fundo Municipal da Criança e do Adolescente).

Se aceitar, o jogador não correria o risco de ser preso. O crime cometido prevê pena de um mês a um ano de detenção. A possibilidade de transação penal também foi oferecida a outros frequentadores do cassino clandestino.

O juiz Fabricio Reali Zia, do Tribunal de Justiça de São Paulo, marcou audiências para os dias 20 e 22 de abril. No total, ele ouvirá 21 pessoas nos dois dias, em julgamento virtual.

O jogador foi procurado pela reportagem por meio da agência 4ComM, que o representa, e pelo Flamengo, clube de futebol em que atua, mas não teve resposta até a última atualização deste texto.

Sobre ter violado uma determinação do governo de São Paulo, Gabigol disse que "faltou sensibilidade de sua parte" e justificou sua conduta com base em sua idade, 24 anos: "Sou muito novo". Ao ser encontrado no cassino, o jogador se escondeu embaixo de uma mesa, segundo a Polícia Civil.

Também encontrado no cassino clandestino, o cantor Guilherme Kaue Castanheira Alvez, o Mc Gui, não tem o nome na relação para as audiências. O juiz pediu a inclusão de alguns documentos para que o MP possa fazer a proposta de transação.

No despacho, publicado em 19 de março, o juiz indicou que a ação irá focar apenas na questão de crimes sanitários. A investigação a respeito do cassino clandestino em si e a suspeita de lavagem de dinheiro serão tratadas em inquérito separado.