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Castro nega 'estado de guerra', mas fala em 'cumprir obrigação'

Segundo Cláudio Castro, reuniões semanais são feitas com a cúpula das polícias para tratar sobre como a segurança pública tem de ser feita - Rogerio Santana/Governo do Rio de Janeiro
Segundo Cláudio Castro, reuniões semanais são feitas com a cúpula das polícias para tratar sobre como a segurança pública tem de ser feita Imagem: Rogerio Santana/Governo do Rio de Janeiro

Colaboração para o UOL

11/05/2021 17h59

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC), afirmou hoje que a política de segurança desempenhada pelo Estado não pretende deixar a população em "estado permanente de guerra", o que, segundo o político "não interessa a ninguém". Porém, ele salientou que as obrigações não deixarão de ser cumpridas.

A declaração foi feita cinco dias após a operação, considerada a mais letal da história do Rio, que resultou na morte de 28 pessoas na comunidade de Jacarezinho, na zona norte do Rio. Entre as vítimas estava um policial da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais).

Castro observou que há planejamento nas ações e que reuniões semanais são feitas com a cúpula das polícias para tratar sobre como a segurança pública tem de ser feita.

"A nossa segurança pública protege, inclusive, a vida do policial e do inocente. Estamos fazendo um grande investimento em perícia, que não era feito há mais de dez anos; em tecnologia e investigação. Tenho feito reuniões semanais com toda cúpula da polícia para que a gente entenda o que precisa para que a segurança pública melhore e a gente diminua possibilidade e necessidade, inclusive de operações. Venho cobrando, só façam quando estiver bem planejado, só façam quando tiverem a certeza que tem que entrar", afirmou.

Na semana passada, Castro já havia emitido uma nota falando que a ação no Jacarezinho "foi pautada e orientada por um longo e detalhado trabalho de inteligência e investigação, que demorou dez meses para ser concluído". O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) também parabenizou a corporação e disse que a "mídia" e a "esquerda" ofendem a população do Rio ao tratar os mortos como "vítimas", equiparando-os ao "cidadão comum, honesto, que respeita as leis e o próximo".

Mais cedo, em entrevista à Globo, o secretário de Polícia Civil, delegado Allan Turnowski, negou que na ação tenha havido execuções por parte dos agentes.

Para investigar a atuação policial e os relatos de supostos excessos cometidos, o MP-RJ (Ministério Público do Rio) criou uma força-tarefa exclusiva dedicada ao caso.

Durante o UOL Debate de hoje, o coronel reformado da Polícia Militar José Vicente afirmou que o discurso de que todos os mortos na operação eram bandidos é "político". Já o cientista social Paulo César Ramos, que também participou do encontro virtual, defendeu uma ampla apuração do ocorrido.