Polícia Civil divulga nome dos 28 mortos durante operação no Jacarezinho
A Polícia Civil do Rio de Janeiro divulgou hoje (8), de forma oficial, os nomes das pessoas mortas durante operação na comunidade do Jacarezinho, na zona norte do Rio, que ocorreu na quinta-feira (6). Foram 28 óbitos, um a menos do que o informado inicialmente pelos agentes, na operação mais letal da história do Rio.
Segundo a corporação, a retificação de uma morte ocorreu por contagem de dois corpos que não estavam identificados no hospital, mas que já tinham sido identificados pela Delegacia de Homicídios. Os nomes ainda não haviam sido oficialmente divulgados pela polícia.
Antes da publicação, as identidades das vítimas foram compiladas pela Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, conforme publicado pelo UOL.
Além da lista, a corporação também divulgou o nome do inspetor policial André Leonardo Mello Frias, 48 anos, morto durante a ação.
Confira:
- Jonathan Araújo Da Silva
- Jonas Do Carmo Santos
- Márcio Da Silva Bezerra
- Carlos Ivan Avelino Da Costa Junior
- Rômulo Oliveira Lúcio
- Francisco Fábio Dias Araújo Chaves
- Cleyton Da Silva Freitas De Lima
- Natan Oliveira De Almeida
- Maurício Ferreira Da Silva
- Ray Barreiros De Araújo
- Guilherme De Aquino Simões
- Pedro Donato De Sant'ana
- Luiz Augusto Oliveira De Farias
- Isaac Pinheiro De Oliveira
- Richard Gabriel Da Silva Ferreira
- Omar Pereira Da Silva
- Marlon Santana De Araújo
- Bruno Brasil
- Pablo Araújo De Mello
- John Jefferson Mendes Rufino Da Silva
- Wagner Luiz Magalhães Fagundes
- Matheus Gomes Dos Santos
- Rodrigo Paula De Barros
- Toni Da Conceição
- Diogo Barbosa Gomes
- Caio Da Silva Figueiredo
- Evandro Da Silva Santos
A ação, que visava combater o tráfico de drogas, ocorreu após o STF (Supremo Tribunal Federal) restringir operações durante a pandemia e a menos de uma semana da posse definitiva do governador Cláudio Castro (PSC) depois do impeachment de Wilson Witzel (PSC).
O STF determinou que a polícia deve comunicar e justificar a realização da operação ao MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro), além de enviar um relatório com o resultado. Procurado pelo UOL, o MP disse ter sido comunicado sobre a ação apenas às 9h, após o início dela, para o cumprimento de mandados judiciais.
A polícia alega que os mortos apresentavam antecedentes criminais, embora não tenha apresentado documentos que comprovem as acusações.
As vítimas começaram a ser enterradas na tarde de hoje, dois dias após a operação.
'Crime contra a humanidade'
O MP afirmou que investigará denúncias de abusos durante a operação. As mortes foram classificadas como crime contra a humanidade pela Associação Juízes para a Democracia.
O PSB (Partido Socialista Brasileiro) e entidades como Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro e CNDH (Conselho Nacional de Direitos Humanos) pediram ao Supremo a intimação de Castro e dos secretários das polícias Civil e Militar do estado por causa da operação.
O Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos também pediu a abertura de investigações imparciais e independentes sobre o caso.
Quem são as vítimas?
O UOL já havia publicado, nesta sexta (7), quem eram alguns dos mortos na operação.
André Leonardo Mello Frias
O inspetor da Polícia Civil tinha 48 anos e estava há nove na corporação. Filho único, era tutor da mãe, que teve um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Deixa uma companheira e um enteado de 10 anos.
Frias foi baleado na cabeça logo no início da incursão no Jacarezinho. O policial, que foi sepultado nesta sexta, gostava de armas e de participar de operações policiais.
Jonas do Carmo dos Santos
Tinha 32 anos e trabalhava como servente de pedreiro e de pizzaiolo. Tinha dois filhos - um de sete anos e outro de apenas um mês.
Segundo a família, estava indo comprar pão a pedido da esposa quando foi morto. Parentes afirmam que Jonas já esteve preso, mas já havia cumprido sua pena.
Francisco Fabio Dias Araújo Chaves
Tinha 26 anos, era casado e deixa duas filhas, uma de três meses e outra de sete anos.
Atualmente trabalhava como entregador de aplicativos de delivery.
Jhonatan Araújo da Silva
Tinha 18 anos. Trabalhava como entregador de mercado e, segundo a família, estava prestes a se alistar nas Forças Armadas.
Parentes contam que Jhonatan morreu a caminho da casa da namorada.
Raí Barreiro de Araújo
Tinha 18 anos. Morador do Morro da Providência e foi, de acordo com parentes, morto junto com o amigo Pedro Donato Santana, 25, em uma casa.
Pedro Donato de Sant'ana
Tinha 25 anos. Morador da Providência, foi morto quando estava na casa da namorada, segundo os parentes.
Amigo de Raí, deixou dois filhos, um menino de três anos e uma menina de seis meses.
Richard Gabriel da Silva Ferreira
Tinha 23 anos. Era um dos 21 alvos de mandados de prisão que deram origem à operação da Polícia Civil. Pai de uma recém-nascida.
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