Prefeitura de SP interrompe agendamento em centros de assistência social
Os Centros de Referência de Assistência Social (Cras), da Prefeitura de São Paulo, responsáveis por executar projetos sociais como Bolsa Família e auxílio-aluguel, entre outros, não estão aceitando novos agendamentos.
A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social afirma, em nota enviada ao UOL, que "o sistema está em atualização" e que a redução no horário de funcionamento, por causa da pandemia do coronavírus, acabou limitando as atividades.
Os agendamentos nas 54 unidades do Cras são realizados pelo Portal 156. Segundo a prefeitura, cerca de 20 mil pessoas estão com atendimento marcado para as "próximas duas semanas" e "serão abertas novas vagas ainda esta semana".
Por causa da covid-19, o funcionamento nas unidades do Cras é das 10h às 16h. Antes, era das 8h às 18h.
"Não tem para onde encaminhar"
"Entrei em contato há mais de 15 dias", disse Rafael Antônio Jorge, que busca realizar cadastro no Bolsa Família. "No atendimento, foram mal-educados, e falaram para ligar frequentemente para tentar o agendamento, porque não havia horários disponíveis por estarem todos os postos lotados devido à pandemia."
No seu site, a prefeitura afirma que as unidades do Cras ficam localizadas principalmente em áreas mais vulneráveis da cidade —onde estão famílias que precisam de ajuda.
"Estou tentando ligar há alguns dias e eles até atendem, mas não tem para onde encaminhar", disse Vanessa Ferreira de Moura, que mora na Vila Medeiros, na zona norte, e se ofereceu para ir a uma unidade do Cras mais distante de casa. "No meu caso, seria um auxílio aluguel. Estou com meses atrasados, a ponto de ser despejada e não tenho previsão de quando vou conseguir pagar."
No meu caso, estou desempregada, moro com meus filhos e netos, estamos passando por um momento complicado. Pago aluguel e fui buscar ajuda. Pedi para marcar no Cras, mas não consegui, não tem unidades abertas.
Vanessa Ferreira de Moura, desempregada
Mais chance de contaminação em áreas mais vulneráveis
Segundo pesquisa realizada pela prefeitura, a taxa de contaminação de pessoas que moram as regiões com menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é mais alta do que nas regiões mais ricas (ou com maior IDH). O inquérito sorológico feito em fevereiro apontou que as áreas de IDH mais alto apresentaram taxa de infecção de 20,1%. Nas regiões com menor índice, o porcentual é de 28,8%.
Mas não é só a doença que preocupa. A fome avança em São Paulo. Segundo especialistas, a pandemia afeta as famílias mais vulneráveis, que estão em insegurança alimentar —ou seja, não sabem nem mesmo o que vão comer no dia seguinte.
Um estudo coordenado pelo Grupo de Pesquisa Alimento para Justiça: Poder, Política e Desigualdades Alimentares na Bioeconomia, com sede na Universidade Livre de Berlim, revelou que, no Brasil, mais de 125 milhões de pessoas não comeram em quantidade e qualidade ideais desde a chegada da covid-19.
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