PF e Receita realizam operação contra o tráfico internacional de drogas
A Polícia e a Receita Federal realizaram uma ação contra o tráfico internacional de drogas na manhã de hoje em 15 municípios das regiões Sul e Sudeste do país.
Cerca de 250 policiais federais e 15 servidores da Receita atuaram na operação batizada de Shipping Box cumprindo 34 mandados de prisão e 50 de busca e apreensão em Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro. O alvo é um grupo criminoso que utiliza diversos portos do Brasil para enviar remessas de cocaína.
Segundo a Polícia Federal, a investigação teve início a partir de uma apreensão de 600,5 kg de cocaína, realizada pela Receita Federal, em janeiro de 2020, no Porto de Itapoá, em Santa Catarina. A PF foi informada sobre o material e as buscas para identificar os responsáveis pelos envios começaram. Com isso, a organização criminosa foi descoberta e os integrantes localizados, em sua maioria, residentes na região Sul.
Durante as investigações, os órgãos apreenderam seis toneladas de cocaína, além de realizarem a prisão em flagrante de oito pessoas. O nome Shipping Box foi escolhido em alusão a uma organização criminosa que utilizava os contêineres para realizar os despachos e entregas de drogas.
O grupo criminoso, segundo a PF, captava funcionários para facilitar a entrada da droga, criava compartimentos falsos dentro de caminhões para transportar traficantes e o material entorpecente para dentro dos portos, além de criar empresas de logística de carregamento e transporte de contêineres para atrair a exportação de cargas lícitas que ensejassem a oportunidade do embarque da cocaína.
Um método utilizado pelos traficantes era o rip-on / rip-off. Neste esquema, os criminosos violavam cargas de exportadores sem conexão com o tráfico de drogas para inserir cocaína. Durante a operação de hoje, lacres falsos com numerações verdadeiras foram encontradas. O objetivo era driblar a fiscalização da Receita Federal.
Segundo a Polícia Federal, parte da cocaína transportada vinha da Bolívia e era colocada em contêineres com destino à Europa. Outra parte era enviada para facções criminosas do tráfico para consumo interno.
Ainda de acordo com a PF, a operação mira apreender 68 veículos, 23 imóveis, duas embarcações e o congelamento de mais 30 contas bancárias. Além disso, os investigados também teriam um esquema de lavagem de dinheiro por meio de empresas falsas, compra de ouro e criptomoedas.
Os investigados poderão responder por tráfico de drogas e organização criminosa. Somadas, as penas máximas ultrapassam 30 anos de reclusão.
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