Falso médico acusado de golpes financeiros por ex-namoradas é preso
A Polícia Civil de Sergipe prendeu ontem Diego Aparecido Alves dos Santos, de 29 anos, apontado por ex-namoradas de aplicar golpes financeiros em pelo menos cinco estados. O caso foi relevado em reportagem do UOL.
A prisão ocorreu em Aracaju enquanto o suspeito usava o cartão de crédito de uma nova vítima, de Ribeirópolis, a 78 km da capital de Sergipe. Ele responderá pelo crime de estelionato.
Natural de Paraibuna (SP), Diego é suspeito de se passar por advogado, engenheiro civil e médico para conquistar a confiança das vítimas e subtrair bens de valores e dinheiro. Ex-namoradas estimam mais de dez mulheres como vítimas.
De acordo com o delegado Hugo Leonardo, a vítima sergipana se envolveu há dois meses com Diego Aparecido e procurou a polícia após prejuízos com compras realizadas em nome dela pelo suspeito.
"Ele agiu da mesma forma. Pegou o cartão de crédito com as senhas e fez diversas compras e saques. Assim que se sentiu lesada, procurou a delegacia para informar da situação. Com isso, fizemos o flagrante", explicou o delegado.
A Polícia Civil descobriu que Diego usava dois carros no apartamento que alugou em Aracaju. Os veículos estavam em nomes de antigas vítimas.
"Fizemos uma campana em frente ao edifício onde ele alugou o apartamento. Vimos o Diego saindo com um veículo e a nossa equipe o acompanhou. Ele parou em algumas lojas na cidade e descobrimos diversos boletins de ocorrências em vários estados dando conta de que mulheres eram vítimas de golpes financeiros", contou o delegado.
Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública) de Sergipe, Diego ainda aguarda audiência de custódia saber se continua preso ou solto. O suspeito permanecia sem advogado até o início da tarde de hoje.
Em depoimento, Diego confessou os golpes, segundo a polícia. "O trabalho dele é esse. Em depoimento, disse que sua principal arma é a própria mente. É algo que deve ser analisado até pela equipe psiquiátrica", revelou o delegado Hugo Leonardo.
Golpe de R$ 800 mil em criptomoedas
Além de dar prejuízo financeiro em ex-namoradas, Diego teria confessado aos policiais que causou danos em paraguaios, enquanto esteve em Foz do Iguaçú, no Paraná.
O suspeito relatou que montou uma empresa de falsos fundos de investimentos com a promessa de lucro alto.
"No Paraguai, ele aplicou golpe financeiro por meio de criptomoedas. Ele dizia que tinha uma agência de investimentos com retorno alto. O Diego contou que esse dinheiro transferido pelas pessoas era ilegal e por isso as vítimas não poderiam declarar ou denunciar", concluiu.
Como golpe funcionava
Ao UOL, ex-namoradas contaram com exclusividade como os golpes aconteciam. Diego procurava vítimas em eventos considerados de alto padrão. Ele andava com carros de luxo alugados e se vestia com roupas de marca. Além disso, costumava enviar fotos às vítimas com roupas condizentes com a profissão que dizia exercer e seduzia com falsas promessas.
Além de Sergipe, as ex ouvidas pela reportagem eram da Bahia, Minas Gerais, Paraná e São Paulo. Elas ainda apontaram ameaças de morte por parte do suspeito.
Até então, a vítima mais recente era uma dentista de 26 anos, de Salvador. Ela conta que conheceu Diego em um bar e ambos namoraram por três meses, entre fevereiro e abril deste ano. O suspeito disse que era engenheiro civil em Camaçari (BA) e estudante de medicina.
A dentista conta que ela e a família sofreram golpes que somam R$ 11,8 mil. Além do prejuízo, a dentista conta que recebe áudios com ameaças.
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