Padrasto de Henry, Jairinho é indiciado por violência doméstica contra ex
A Polícia Civil do Rio de Janeiro, através da DCAV (Delegacia da Criança e Adolescente Vítima), indiciou o vereador Dr. Jairinho (sem partido) —padrasto do menino Henry Borel, morto em março— pelo crime de lesão corporal em contexto de violência doméstica contra a ex-namorada Débora Mello Saraiva.
O inquérito concluiu que ela foi agredida em mais de uma ocasião. Em uma delas, ocorrida em 2016, Débora chegou a ter o dedo do pé fraturado durante as agressões. Trata-se do quatro indiciamento do vereador —que também responde a processo de cassação de mandato na Câmara Municipal do Rio de Janeiro— após a morte de Henry.
Segundo a DCAV, a agressão foi comprovada através de prontuário médico, "com posterior elaboração do Laudo Indireto pelos peritos do IMLAP (sede) [Instituto Médico-Legal]". Segundo a polícia, a discussão foi motivada por ciúmes.
Além dessas agressões, há relatos da vítima de outros fatos pretéritos, tais como chutes, golpes chamados "mata-leão" (em que o agressor comprime o pescoço da vítima), puxões de cabelo, mordidas na cabeça, soco no rosto, agressões verbais, xingamentos e ameaças diversas.
Além da comprovação através dos laudos, depoimentos da vítima e de testemunhas, foram anexados ao inquérito vários prints de conversas entre o indiciado e a irmã da vítima, em que o próprio agressor pede "desculpas" pelas agressões.
Jairinho foi indiciado com base na Lei Maria da Penha. Em relação a outros crimes, como calúnia, injúria, difamação e ameaça, também constatados na investigação, a polícia explicou que houve a extinção da punibilidade em razão do tempo decorrido.
Os advogados de Jairinho ainda não se pronunciaram sobre o caso.
O vereador está preso em decorrência da investigação da morte do menino Henry Borel. Ele é acusado de ter matado o enteado em seu apartamento na Barra da Tijuca, zona oeste carioca, na madrugada de 8 de março.
Jairinho já foi indiciado 4 vezes
Trata-se do quarto indiciamento de Jairinho —três deles ocorreram pela DCAV.
No dia 1º deste mês, ele foi indiciado por torturar o filho de Débora —o menino chegou a ter o fêmur fraturado. As agressões, segunda a polícia, ocorreram em 2015, quando a criança tinha três anos.
Débora também foi indiciada neste inquérito por tortura imprópria, ou seja, por ter se omitido e não ter protegido o filho. Segundo a polícia, ela tinha ciência da agressão.
Jairinho e Débora foram indiciados também por falsidade ideológica, já que no hospital informaram, em documento público, que o menino havia sofrido um acidente automobilístico.
Além da morte de Henry e da fratura provocada no filho de Débora, o vereador responde pelo crime de tortura majorada contra a filha de outra ex-namorada.
As agressões foram confirmadas à DCAV pela menina, após a mãe e avó da criança denunciarem o parlamentar. O caso ocorreu entre 2010 e 2013. A vítima tinha quatro anos na ocasião.
Em seu relato, a criança contou que teve a cabeça batida contra a parede de um banheiro em uma ocasião e afundada na piscina em outra.
Caso Henry Borel
No mês passado, a Justiça do Rio tornou réus Dr. Jairinho e Monique Medeiros, apontados como responsáveis pela morte de Borel. O casal teve a prisão preventiva decretada.
Eles foram denunciados por homicídio triplamente qualificado, tortura, fraude processual e coação na morte do menino, filho de Monique. Além desses crimes, a mãe de Henry também responde por falsidade ideológica.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.